A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) teve o nome retirado da lista de personalidades negras da Fundação Palmares. O anúncio foi feito hoje pelo presidente da entidade, Sérgio Camargo, em sua conta no Twitter. 


O dirigente afirmou que a decisão foi tomada pela política não ter "contribuição relevante para a população negra do Brasil". Marina é conhecida pelo seu ativismo ao meio ambiente, foi ministra da pasta no governo Luiz Inácio Lula da Silva e, em 1994, tornou-se a mais nova senadora a ser eleita ao ser escolhida pelos eleitores do Acre.


Em entrevista à Globo News, a ex-senadora classificou a decisão como autoritária. "Você decreta a própria realidade. Todas as pessoas que são excluídas, com certeza não foram excluídas por serem irrelevantes, mas exatamente pela importância das causas que defendiam", avaliou. 


De acordo com Marina, a posição de Camargo mostra um combate a defensores de minorias. "Geralmente aqueles que são contrários a tudo que é defesa dos direitos humanos, do meio ambiente, do combate a formas preconceituosas de lidar com o diferente acabam tentando não ir para o debate, mas para tentar eliminar, ocultar", lamentou.


Em seu post no Twitter, o presidente da Fundação Palmares alegou que disputar eleição não torna a política relevante. "Marina Silva foi excluída da lista de personalidades negras da Fundação Cultural Palmares. Marina não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil. Disputar eleições não é mérito. O ambientalismo dela vem sendo questionado e não é o foco das ações da instituição", explicou.


Camargo ainda afirma que Marina "autodeclara-se negra por conveniência política". Ele diz que "Posar de 'vítima' e de 'oprimido' rende dividendos eleitorais e, em alguns casos, financeiros" e ainda citou que outros políticos, como o ex-deputado federal Jean Williys, os deputados Talíria Petrone, David Miranda, todos do Psol e a cantora Preta Gil são "pretos por conveniência".


Uol 

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