Os chineses podem ter acesso a uma vacina contra o novo coronavírus desenvolvida no país já em novembro ou dezembro. Isso porque os testes de várias vacinas em potencial têm demonstrado bons resultados e a preparação para escalar a produção delas já está sendo feita. A informação foi dada por um dos cientistas chefe do Chinese Centre for Disease Control and Prevention (CDC).

Segundo Wu Guizhen, chefe da área de biossegurança, ele mesmo participou do grupo experimental de uma vacina e tomou uma dose em abril. “Tenho me sentido bem nos últimos meses, nada de anormal, o processo de inoculação não causou dor localizada”, afirmou ele na noite desta segunda-feira, 14, em uma emissora de TV da China.

De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do dia 9 de setembro, 180 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente, sendo que 35 estão em fases de testes. Dessas, 9 estão na última fase de testes, entre elas a chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil, a do instituto CanSino, a russa do Instituto Gamaleya, a americana Moderna e a britânica de Oxford. Das 9, três são chinesas. Guizhen se diz “otimista” em relação à eficácia e à segurança das candidatas. “Nós esperamos que elas sejam eficazes de um a três anos, mas os resultados serão observados por mais tempo”, disse ele.

A afirmação de Wu de que uma vacina deve ser distribuída no país até o final do ano aconteceu pouco depois da OMS fazer um aviso de que provavelmente novas infecções devem acontecer em outubro e novembro. Segundo o presidente chinês, Xi Jinping, todas as vacinas desenvolvidas na China serão de benefício global e disponível para todas as nações.

A corrida pela cura
Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.

Os tipos de vacina disponíveis
Alguns tipos de vacinas têm sido testados para a luta contra o vírus. Uma delas é a de vírus inativado, que consiste em uma fabricação menos forte em termos de resposta imunológica, uma vez que nosso sistema imune responde melhor ao vírus ativo. Por isso, vacinas do tipo tem um tempo de duração um pouco menor do que o restante e, geralmente, uma pessoa que recebe essa proteção precisa de outras doses para se tornar realmente imune às doenças. É o caso da Vacina Tríplice (DPT), contra difteria, coqueluche e tétano. A vacina da Sinovac, por exemplo, segue esse padrão.

Exame
Foto : GOVESP

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