Por Robson Guedes - O jovem Rafael Sales de Carvalho, de 25 anos, e sua mãe, a professora Larissa Silva, foram até a delegacia de Polícia Civil de Jacobina para denunciar um caso de racismo que teria ocorrido dentro das Lojas Americanas, neste sábado (5), por volta das 17h.
Segundo a denúncia formalizada na delegacia, Rafael, que além da mãe estava acompanhado de uma tia, olhava produtos em uma das sessões quando um segurança se aproximou e questionou se ele estava "pegando alguma coisa" da loja. Mesmo após o jovem negar que estivesse furtando algo, o segurança teria insistido em perguntar se ele tinha "certeza" de que não havia pegado.
Ele nunca passou por isso, ele disse que não, que não tava pegando nada, só tava olhando, o segurança ainda insistiu perguntando se ele tinha certeza – disse a mãe
Indignada, após a denúncia formal, a mãe do jovem procurou o Jacobina Notícias para expôr o caso e disse que irá até as últimas consequências para que o ato não fique impune. Larissa enviou ainda imagem do Boletim de Ocorrência que foi registrado na delegacia e contou que, após compartilhar o caso nas redes sociais, recebeu "várias mensagens de alunos e ex-alunos que passaram pelo mesmo constrangimento na loja".
Confira o relato da mãe:
Hoje, dia 05 de setembro, as 17 horas, aconteceu uma situação de racismo e constrangimento com meu filho Rafael S. Sales de Carvalho, nas Lojas Americanas de nossa cidade. Situações que vemos a todo momento sendo denunciadas na Tv e na internet, mas não acreditamos que isso vá nunca acontecer conosco. Pois hoje aconteceu, estou aqui ainda nervosa, já chorei, já fui à delegacia e prestei queixa contra o segurança das Lojas Americanas, por calunia e racismo, entrei nas Lojas Americanas de Jacobina agora a tarde, eu e meu filho Rafael, me dirigí pra seção de roupas e disse que Rafa fosse escolher um chocolate que lhe daria, Rafa foi, e uns minutos depois Rafa chegou perto de mim na loja me dizendo que o segurança o abordou perguntando se ele estava pegando alguma coisa, Rafa se assustou, normal, ele nunca passou por isso, ele disse que não, que não tava pegando nada, só tava olhando, o segurança ainda insistiu perguntando se ele tinha certeza...
Isso é revoltante, tou sem chão, arrastei Rafa comigo atras desse segurança na loja, ele viu que eu estava nervosa e com certeza sabe que o que fez é errado, se dirigiu a mim tentando se desculpar, mas não desculpo, não perdoo, isso não tá certo, qdo entramos nesse tipo de loja pegamos de tudo é só não podemos é sair sem pagar, e com certeza meu filho não ia fazer isso, pq criei direito, ele não tem esse mau costume. Procurei o gerente pra fazer uma queixa e o mesmo não se encontrava na loja, só um responsável, que não me ajudou em nada, ficaram o tempo todo tentando justificar a atitude do tal segurança, mas isso não ficará assim, prestarei uma queixa na delegacia, contra o segurança e contra a loja!!! É inaceitável que em pleno Sec XXI nos abordem e nos acuem por nossa cor!!! Estou muito triste, chorei na loja, gritei com o segurança e com o responsável enquanto falava, pq ainda não tou acreditando que isso aconteceu com meu filho e comigo.
Após relatar toda a situação na internet, recebi várias mensagens de alunos e ex alunos que passaram pelo mesmo constrangimento na loja, e isso precisa ser denunciado para que não aconteça mais!!!
Professora Larissa O. Silva
Jacobina Notícias