A redução no valor do auxílio emergencial a trabalhadores informais e a antecipação do pagamento do 13º dos aposentados para o segundo trimestre de 2020 devem contribuir para um Natal fraco neste final de ano, segundo avaliação da FecomercioSP.

Trabalho divulgado pela entidade mostra que, nos primeiros seis meses deste ano, a renda das famílias brasileiras cresceu 3,3% em relação ao mesmo período de 2019, uma injeção de R$ 63,9 bilhões na economia no período.

Se o governo federal não tivesse adotado nenhuma medida de complementação e antecipação de renda, teria ocorrido uma redução de 0,63% na massa de rendimentos das famílias. Com isso, a renda média mensal familiar alcançou R$ 4.558, valor 2,6% acima da média do mesmo período do ano passado.

Segundo a FecomercioSP, as famílias com renda média mensal de até R$ 1.950 tiveram um acréscimo de 61,5% na massa de rendimentos, enquanto as pessoas nas faixas superiores tiveram queda de forma diretamente proporcional ao nível de rendimento, variando de -0,8% na classe D (renda mensal entre R$ 1.950 e R$ 2.640) até -2,1% na classe A (acima de R$ 16.900).

Os auxílios federais concedidos no primeiro semestre somaram quase R$ 100 bilhões, aumento de 318% em relação ao mesmo período de 2019, segundo o estudo. A classe E, que representa cerca de um quarto da população, recebeu 85% dessa renda extra.

"Mesmo que a concessão de benefícios e antecipações concedidas pelo governo, ao longo do primeiro semestre de 2020, tenha sido decisiva para impedir uma degradação ainda maior da renda familiar no período, as projeções para o fim do ano são pouco promissoras", diz a FecomercioSP.

Segundo a federação, mesmo prorrogado, o auxílio emergencial, que teve seu valor reduzido de R$ 600 para R$ 300, não deve ter a mesma relevância e eficácia para compensar a queda de renda decorrente do aumento de desemprego.

"Como grande parte do 13º salário [dos aposentados] já foi pago, mais a redução no auxílio emergencial, não haverá sustentação para o aumento tradicional de consumo da época. Assim, o comércio não espera um Natal de recuperação."

Folhapress

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