No dia em que o Brasil registrou 2,8 milhões de casos confirmados e mais de 96 mil mortes por causa da Covid-19, o governo federal anunciou que prepara para setembro uma semana para "unir comércio e varejo na retomada da economia do país".

Na prática, são 11 dias de promoções. A segunda edição da "Semana Brasil", a Black Friday brasileira, anunciada nesta terça-feira (4), está prevista para acontecer de 3 a 13 de setembro.

"Será a primeira data comemorativa do varejo após a reabertura do comércio", diz a nota de divulgação da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência.

O Brasil registrou 1.394 novas mortes pela Covid-19 e 56.411 casos, nesta terça. Os dados, que são do consórcio de veículos de imprensa do qual a Folha faz parte, elevam o total de mortes no país para 96.096 e o de casos para 2.808.076.

A média de mortes nos últimos sete dias é de 1.066, o que mantém uma posição de estabilidade nos dados, embora com números elevados.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) equipara a crise sanitária com a econômica e critica prefeitos e governadores por terem fechado o comércio numa tentativa de conter a disseminação do novo coronavírus.

"A Semana em 2020 vai se tornar o ponto de partida de um novo tempo para o comércio, tempo de normalização da relação econômica entre pessoas e empresas", diz o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, no material de divulgação distribuído pelo governo.

"Faremos tudo isso com respeito às normas de segurança sanitária, com empresários e consumidores cientes da importância da manutenção e fomento das relações comerciais, bem como do cuidado com a saúde do próximo", diz Wajngarten.

Segundo a Secom, o evento, coordenado pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) e com apoio do governo federal, teve participação de 14 mil empresas em 2019.

Indicadores do Banco Central e do IBGE mostram uma aceleração da atividade econômica do país no terceiro trimestre de 2019. Para especialistas, a realização da Semana Brasil foi um dos fatores que influenciaram o desempenho econômico no mês de setembro.

Já o desfile militar de 7 de Setembro corre o risco de não acontecer. Para evitar aglomeração, está em estudo o cancelamento da parada neste ano. Interlocutores do Ministério da Defesa, porém, dizem que a decisão ainda não está tomada.

Folhapress
Foto: Folha- Uol 

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