Localizadas em municípios com mais de 200 mil habitantes com altos índices de Covid-19, 619 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) foram selecionadas para receber um conjunto de ações de prevenção, monitoramento e testagem para a doença ao longo de três meses. O programa de R$ 100 milhões vai beneficiar 29 mil idosos e 22 mil profissionais de entidades distribuídas por 21 estados e Distrito Federal.
É mais uma frente do Todos pela Saúde, iniciativa do Itaú Unibanco que destinou R$ 1 bilhão para o combate à Covid-19 no Brasil. "Desenhamos ao longo dos últimos dois meses uma ação urgente e de alto impacto que não estava no radar da sociedade em geral para proteção dos idosos que vivem em instituições", explica Claudia Politanski, vice-presidente do banco.
O programa está organizado em dois pilares: prevenção e diagnóstico. Em meados de junho começaram as entregas de 30 milhões de EPIs (máscaras cirúrgicas e de pano, óculos de proteção, face shield, luvas, avental, gorro) e itens de higiene (álcool em gel e líquido, sabonete, hipoclorito e papel toalha).
As ILPIs filantrópicas e públicas cadastradas também vão receber 2.500 termômetros e 1.200 oxímetros, equipamento que mede a saturação do oxigênio no sangue. "A doença tem um característica perversa, a hipóxia silenciosa, que faz com que pacientes com dificuldades para respirar cheguem ao hospital quando já é tarde demais", afirma Politanski.
Além de envolver secretarias estaduais e municipais de Saúde e de Desenvolvimento Social, o programa conta com a participação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e da Frente Nacional de Fortalecimento à ILPI. O monitoramento in loco é feito pelo Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (Olhe).
"No mundo todo, o índice de mortes causadas pela Covid-19 é mais elevado entre pessoas idosas, principalmente as que vivem em instituições coletivas", diz a enfermeira sanitarista Miriam Ikeda Ribeiro, responsável técnica pelo projeto. Uma equipe de 150 visitadores da ONG vão fazer visitas regulares às ILPIs cadastradas e alimentar a plataforma com dados sobre casos e mortes por Covid-19.
O cadastro do Sistema Único de Assistência Social tem em torno de 2.000 ILPIs, que abrigam 83 mil idosos, de estimados 400 mil que vivem em instituições públicas, filantrópicas e particulares. "Para além dos três meses do projeto, estamos criando uma plataforma e um banco de dados sobre IPLIs, contribuição importante para o Brasil", afirma Ribeiro. São Paulo, diz, é o único estado que levantou dados sobre os 40 mil idosos institucionalizados, com 483 mortes computadas pelo Ministério Público até 10 de julho.
Folhapress