O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 29, o fim do relacionamento entre seu país e a OMS, acusando a organização de ser muito tolerante com Pequim desde o começo da pandemia de coronavírus.
"Como eles não fizeram as reformas solicitadas e muito necessárias, encerraremos nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e redirecionaremos esses fundos para outras necessidades de saúde pública mundial urgentes e globais", disse Trump em declarações à imprensa.
Trump já tinha suspendido o repasse de recursos à agência sanitária da ONU há um mês, acusando-a de má gestão na pandemia de COVID-19.
Dez dias atrás, o presidente acusou a OMS de ser um "fantoche" da China desde que a crise sanitária eclodiu e disse que o congelamento de fundos se tornaria permanente a menos que a agência fizesse "melhoras substanciais".
O líder republicano sustentou na quinta-feira que os Estados Unidos "vão redirecionar estes fundos a outras necessidades urgentes de saúde pública" no planeta.
"O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. Devemos ter transparência", acrescentou.
Pequim nega com veemência as acusações de Washington de que teria minimizado as ameaças quando o vírus surgiu na cidade de Wuhan, no fim do ano passado.
As autoridades chinesas afirmam que os Estados Unidos tentam se esquivar de suas responsabilidades perante a OMS e seu fracasso em conter a pandemia.
Os Estados Unidos foram o principal contribuinte no orçamento da OMS, à qual repassou ao menos 400 milhões de dólares no ano passado.
No começo desta semana, a agência de saúde da ONU lançou uma nova fundação independente para doações privadas, que espera que lhe dê maior controle para destinar as doações filantrópicas e públicas a problemas prementes, como a crise do coronavírus.
A grande maioria do orçamento da OMS vem de contribuições voluntárias, que vão diretamente dos países e outros doadores ao destino escolhido.
O diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a criação da nova fundação não era relacionada com a ameaça de Trump.
"Não tem nada a ver com os recentes problemas de financiamento", afirmou o dirigente na quarta-feira, ao destacar que uma maior flexibilidade financeira estava entre seus objetivos de longo prazo desde que assumiu a condução da organização, em julho de 2017.
AFP