Uma das pacientes de Covid-19 mais velhas de que se tem notícia no Brasil recebeu alta neste domingo (12), no hospital Vila Nova Star, em SP. Gina Dal Colleto Fernandes tem 97 anos e foi internada no dia 1º de abril com sintomas graves da doença. Quase foi intubada e levada para a UTI.
A doutora Ludhmila Hajjar, médica de Gina, afirma que a força da paciente, a boa estrutura hospitalar e a companhia da família fizeram toda a diferença no tratamento.
"Em dois dias de internação, ela estava sozinha e deprimida. Pedi que a filha Maria Helena viesse ficar com ela no hospital. Mudou tudo", diz Ludhmila. "A filha já tinha tido Covid-19. Então pude deixá-la como acompanhante", segue.
"Se não estivesse com a filha ao lado, ela não estaria bem. Não comia, estava revoltada. Quando chegou a Maria Helena, tudo mudou", afirma a médica.
"Por isso temos que pensar em estratégias para os doentes que ficam sozinhos, de ter contato com a família por vídeo, FaceTime. A solidão piora muito o quadro", diz Ludhmila.
Dona Gina tem suporte respiratório, com doses altas de oxigênio, e foi medicada com corticoide, antibióticos e cloroquina. O medicamento tem sido receitado para pacientes internados mesmo que estudos ainda não tenham comprovado de forma cabal a sua eficácia.
O oncologista Paulo Hoff, que é diretor do hospital, ressalta a importância que o suporte oferecido aos pacientes tem no tratamento da doença.
"Há vários medicamentos sendo estudados, mas ninguém sabe bem ainda se eles funcionam. A função do médico e do hospital é dar apoio para que essa infecção [pulmonar, causada pelo coronavírus] seja debelada. O suporte na realidade é o mais importante", afirma ele.
Por Mônica Bergamo