Após a saída conturbada do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-ministro Sergio Moro pode seguir seu rumo dentro do mundo político. Segundo apuração do Bahia Notícias, o DEM não descarta, nos próximos meses, convidar o ex-juiz da Operação Lava Jato para compor o quadro da sigla.
Pessoas ligadas à alta cúpula da legenda admitem o interesse do partido em se aproximar de Moro. O intuito é que, caso o convite aconteça, seja após o período de crise vivido pelo país por conta da pandemia do novo coronavírus.
O DEM tem como presidente nacional o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que tem evitado dar declarações polêmicas durante o momento de crise. Durante as entrevistas com a imprensa, ele tem se resguardado sobre os questionamentos acerca de eleições e opiniões políticas, mesmo durante a crise enfrentada pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que sofreu desgastes com Bolsonaro. Mandetta é filiado ao DEM e foi deputado federal pela sigla.
O partido, porém, não delimita ainda qual seria o plano para Moro. Ele, no entanto, já aparece forte em pesquisas para a presidência da República. No final do ano passado, uma pesquisa do intituto Paraná Pesquisas mostrou que Moro venceria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num eventual segundo turno da eleição presidencial. Também no cenário, ele empataria com Bolsonaro.
Moro em evidência
Um dos pilares do governo Bolsonaro ruiu definitivamente na última sexta-feira (25) após a exoneração de Mauríxio Valeixo da direção-geral da Polícia Federal. A intervenção num cargo de confiança contrariou Moro, que pediu para deixar o cargo. O ex-juiz, notabilizado durante a Operação Lava Jato, que prendeu, entre outros, o ex-presidente Lula, distribuiu acusações a Bolsonaro.
Pela tarde, o presidente da República rebateu as indicações de Moro e sugeriu que o agora ex-ministro teria aceitado a exoneração de Valeixo em troca de uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Pelo Twitter, Moro rechaçou as afirmações do Presidente e, pela noite, divulgou ao Jornal Nacional conversas com Bolsonaro e com a deputada federal Carla Zabelli (PSL-SP).
Por Matheus Caldas