Os delegados da Polícia Federal (PF) disseram, nesta quarta-feira (9), que a Operação Caduceu estima que o prejuízo provocado por fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por um grupo de estelionatários chega a R$ 7 milhões e afetou 140 benefícios. Nesta quarta, agentes da PF deflagraram a ação e prenderam três pessoas em Salvador, na Barra, no Centro e em Brotas, supostamente envolvidas no crime nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. 

Segundo eles, o rombo aos cofres públicos pode ser ainda maior na medida em que as investigações avancem. "Esse caso envolve uma pessoa que já é conhecida nossa há muito tempo, que já foi alvo de várias investigações, já foi preso e desde a década 80 persiste em fraudes contra o INSS", disse o delegado Daniel Madrugada, superintendente da PF em Salvador, sem mencionar o nome do investigado.  

Segundo ele, o estelionatário responde a 15 ações penais apenas na Justiça Federal da capital baiana. "Mas quando é colocado em liberdade, se reestrutura a rede de contato e [ele] volta a atuar", afirmou o delegado Bruno Diniz, responsável por conduzir a operação. A PF estima que o criminoso tinha "lucro" de R$ 20 mil por mês. Ao todo, estima-se que ele ganhou R$ 2 milhões de 2011 até este ano. "Os clientes pagavam a quadrilha com empréstimos consignados e todo o valor era destinado ao líder do grupo que repassava aos integrantes", explicou Madrugada. 

"Com a desarticulação desse grupo, vamos poder economizar cerca de R$ 11 milhões”, emendou Marcelo Ávila, que é coordenador-geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista. O estelionatário, que mora na Barra, tinha dois filhos recebendo o benefício fraudado e eles alegavam ter câncer. De acordo os investigadores, os criminosos criavam vínculos empregatícios fictícios e depois usavam documentos falsos para simular doenças e receber benefícios.

Um servidor do INSS aposentado, que não teve o nome divulgado, também participava do esquema, segundo a PF. Ele vai responder criminal e internamente. "É importante ficar claro que a gente tem por foco a quadrilha, mas todas as pessoas beneficiárias cometeram um crime", pontuou Diniz. 

Além das prisões na Barra, em Brotas e no Centro, em Salvador, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensões na capital baiana, em Camaçari e em Aracaju, capital de Sergipe. A PF apreendeu mídias, equipamentos que eram utilizados para confecção de laudos, atestados médicos e carimbos falsos. 

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