As manchas de óleo que atingem o Nordeste brasileiro chegaram às praias de Ondina e Farol da Barra, em Salvador, na manhã desta quinta-feira (17).

Em Ondina, a área afetada fica na região conhecida pelas esculturas das "Gordinhas de Ondina". No local, é possível observar uma grande quantidade da substância na areia e nas pedras. Já no Farol da Barra, a quantidade é menor, segundo a Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb).

Seguindo o curso das praias, o próximo lugar que pode ser afetado é a praia do Porto da Barra, que é uma das mais frequentadas por turistas, junto com a região do Farol da Barra. Toda a área da orla está sob monitoramento.


No total, 12 localidades foram atingidas pelo óleo em Salvador. Na quarta-feira (16), 7 praias afetadas anteriormente e que já estavam limpas há mais de 24h foram atingidas novamente, e outras 4 receberam o óleo pela primeira vez. O estado é o terceiro a registrar reincidência da poluição - fato que também ocorreu em Rio Grande do Norte e Sergipe.

De acordo com a prefeitura, da última quinta-feira (10), quando chegaram as primeiras manchas de óleo na capital baiana, até a terça-feira (15), só havia sido registrado 37 quilos do material na cidade. Na quarta, com o surgimento das novas manchas, o volume saltou para cerca de 22,6 toneladas.

Conforme a Prefeitura de Salvador, uma força-tarefa com mais de 375 homens foi montada para realizar o serviço nos locais, sob coordenação da Limpurb.

A Prefeitura informou, por meio de nota, que segue monitorando a chegada de novas manchas em toda a extensão da orla de Salvador e também nas ilhas, em regime de plantão 24h, para mobilização e providências pelas equipes de limpeza.

Manchas na Bahia


No total, oito cidades foram atingidas pelas manchas em todo o estado. Além de Salvador, há substância em Lauro de Freitas, Camaçari, Entre Rios, Jandaíra, Mata de São João, Conde e Esplanada.

Segundo o Projeto Tamar, pelo menos 10 filhotes de tartaruga foram encontrados mortos por causa das manchas de óleo, e uma outra tartaruga adulta morreu em Pernambuco após ser contamina na Bahia.

Segundo a Bahia Pesca, 13.375 pescadores e marisqueiras vivem nas áreas afetadas. Um levantamento feito pelo órgão está sendo feito para avaliar quantos deles foram prejudicados.

Além disso, há esforços de órgãos ambientais estaduais e federais. Na quarta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoo o litoral da Bahia para verificar a situação e, depois, disse que as manchas de óleo nas praias do Nordeste são um caso de poluição difusa sem precedente.

Também na quarta, o Governo da Bahia informou que o secretário estadual do Meio Ambiente (Sema), João Carlos Oliveira, também fez um sobrevoo pelas praias do Litoral Norte e acompanhou, no município de Esplanada, trabalhos de limpeza das manchas de óleo na praia de Baixio. O governo disse que a limpeza foi feita por equipes da prefeitura local e do Corpo de Bombeiros com a ajuda da comunidade.


O governo baiano ainda afirmou que também que irá aderir à ação civil pública aberta pelo Ministério Público Federal (MPF-BA) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra da União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para cobrar "medidas efetivas de proteção do litoral baiano".

A decisão foi tomada durante reunião do governador Rui Costa com membros da Procuradoria Geral do Estado (PGE), secretários e representantes de órgãos estaduais ligados ao meio ambiente, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.

A ação foi aberta pelo MP e pelo MPF na terça-feira. Os órgãos alegaram que houve omissão e demora em adotar medidas de proteção.

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