A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (9) a operação Caixa-Forte, para desarticular um braço financeiro responsável por organizar esquemas de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa com atuação em boa parte do Brasil dentro e fora dos presídios.
De acordo com o G1, até às 6h50, 32 pessoas já haviam sido presas e pelo menos uma arma apreendida. Ao todo foram expedidos 52 mandados de prisão preventiva, 48 mandados de busca e apreensão e 45 mandados de bloqueio de contas bancárias, com alvos em 18 cidades dos estados Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Seis dos mandados de prisão são contra pessoas que já estão presas.
A operação foi coordenada pela Polícia Federal em Minas Gerais. A maior parte dos alvos está no Paraná. Os mandados estão sendo cumpridos em Uberaba (MG), Conceição das Alagoas (MG), Campo Grande (MS), Corumbá (MS), São Paulo (SP), Ribeirão Preto (SP), Itaquaquecetuba (SP), Embu das Artes (SP) e nas cidades paranaenses de Curitiba, Londrina, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Colombo, Fazenda Rio Grande, Goioerê, Mandirituba, Matinhos, Paranaguá, Pinhais e Piraquara.
Batizada como "Caixa-Forte", a operação é fruto de uma investigação iniciada em novembro do ano passado pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). O esquema investigado, somente com os alvos de mandados desta sexta-feira, movimentou mais de R$ 7 milhões nos últimos 9 meses. O dinheiro, originário do tráfico de drogas, era transferido entre contas bancárias de forma fracionada para não acionar dispositivos de vigilância do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Ainda segundo informações da reportagem, pessoas aparentemente sem vínculo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), mas com relações próximas a membros da facção, abriam e movimentarem contas bancárias em nome próprio, viabilizando o processo de lavagem de dinheiro. As apurações começaram a partir da apreensão do telefone celular de um dos membros da organização criminosa, em agosto do último ano, em Belo Horizonte, que continha uma série de trocas de mensagens com outros criminosos.
Com o aparelho, os investigadores destrincharam a organização financeira da facção, identificando, assim, um dos principais articuladores do esquema e responsável pelo controle das questões financeiras da organização, que está preso em uma penitenciária no Paraná. Mesmo detido, o criminoso ocupava posto de destaque dentro da facção criminosa, fazendo o controle das movimentações financeiras, recebendo, organizando e separando as informações por regiões do país, estados, quantidades, datas, fornecedores, devedores, recebimentos, lucro e fazendo o fechamento semanal e mensal dos depósitos bancários.
O detento também enviava, por meio de mensagens de celular, os números das contas bancárias que deveriam ser utilizadas para a movimentação do dinheiro do tráfico. Estima-se que, ao todo, essa organização criminosa reúna mais de 23 mil criminosos em todo o país.