Os focos ativos de queimadas registrados na Bahia sofreram um aumento de 61% neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, entre os meses de janeiro e agosto. O dado foi levantado pelo BNews com base em números públicos do Programa de Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o relatório, foram localizados, até esta sexta-feira (23), 2.254 focos ativos de queimadas no estado, contra 1.393 focos ativos em 2018. Neste ano, o mês que registrou o maior número de focos foi março, com 475 ativos.
Engenheiro Ambiental, Mestre e Doutor em Geologia Ambiental, o professor da Unifacs Victor Vieira explica que essas queimadas podem ocorrer espontâneamente, por acidente, ou, ainda, de forma provocada. "Mas a maior parte é ação humana", diz.
O especialista afirma que o aumento de 61% nos focos ativos é preocupante. Segundo o professor, é necessário um plano de ação mais combativo do poder público. "Tem que questionar o governo. O que tá fazendo em relação a isso? Por que um aumento de 61%? Se é natural, o que é feito pra mitigar e controlar, então?", questiona.
A reportagem do BNews procurou as assessorias de comunicação da Secretaria do Meio Ambiente estadual (Sema) e Instituto Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (Inema), mas não obteve respostas para os questionamentos sobre o dado até a publicação desta matéria.
Amazônia
Recentemente, as queimadas ganharam ainda mais visibilidade na opinião pública após divulgação de dados do Inpe sobre focos de incêndio florestal. Segundo o estudo, o número de focos de incêndio florestal aumentou 82% entre janeiro e agosto de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018
Entre os dias 1 de janeiro e 18 de agosto deste ano, foram registrados 71.497 focos de incêndios, ante os 39.194 focos registrados no mesmo período anterior. A última grande onda é de 2016, com 66.622 focos de queimadas entre essas datas.
A Amazônia é o bioma mais afetado, com 51,9% dos casos, seguido do Cerrado, com 30,7% dos registros de queimada.