Pelo menos 83 cidades brasileiras tiveram, neste domingo (25), manifestações de rua em apoio à Operação Lava Jato e ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Como pauta principal, os atos, convocados por movimentos como o “Vem pra Rua”, tinham a defesa do veto integral à Lei de Abuso de Autoridade, aprovada no última dia 14, que aguarda para ser sancionada ou vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Os movimentos também defenderam a indicação do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, para a procuradoria-geral da República; a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma penitenciária; e o impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

"Soldados da Lava Jato"

Manifestantes encheram a Boca Maldita, em Curitiba. O ministro Sergio Moro foi defendido pelos manifestantes, que também aproveitaram para comemorar o Dia do Soldado. Os atos, além disso, pediam a saída de Renan Calheiros, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Marco Aurélio.

Na capital paranaense, sede da força-tarefa da Operação Lava Jato, o movimento foi convocado por grupos como o "Vem pra Rua", "Avança, Brasil" e "Curitiba contra a corrupção".

Para Cristiano Roger, um dos organizadores do movimento em Curitiba, o STF está atrapalhando o trabalho da operação Lava Jato. "As pessoas precisam defender a Justiça e o combate à corrupção, e o presidente tem que sentir as vozes das ruas", disse.

Do caminhão de som, os manifestantes foram convocados como "soldados da Lava Jato". Para o dentista André Luiz, mesmo que Bolsonaro não vete o projeto na íntegra, ele não decepcionaria à população. "Somos contra a aprovação total dessa lei, mas sabemos que o presidente talvez não vete tudo, e só uma parte. Se acontecer como ele está falando, de 10 artigos, não ficaríamos decepcionados".

Além de Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília registraram grande público nas manifestações deste domingo. Na capital fluminense, o humorista Marcelo Madureira teve que sair escoltado pela Polícia Militar do ato em Copacabana, após fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro do alto do carro de som.

"Não tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário. Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava Jato? É isso que está acontecendo", disse Madureira antes de ter o microfone cortado.

Os organizadores tiveram que apelar ao público para "não dividir o movimento". Pouco depois, Madureira desceu e foi escoltado por policiais militares até um táxi, recebendo vaias de alguns e os parabéns de outros. "É uma minoria de pessoas que não sabem viver em um regime democrático. O governo está fazendo coisa errada", disse.

Em Brasília, o ato reuniu cerca de 5 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes se reuniram em frente ao Congresso Nacional pela manhã, vestidos de verde e amarelo. Havia um boneco inflável do ministro da Justiça, Sergio Moro, vestido de super homem.

Em São Paulo, o ato na avenida Paulista contou com um boneco gigante do ex-juiz com a frase “Mexeu com o Moro, mexeu com o povo brasileiro”.

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