O rompimento da barragem do Quati, que fica no distrito de mesmo nome na cidade de Pedro Alexandre, a cerca de 436 km de Salvador, aconteceu após a ruptura de outros dois açudes menores na mesma região. As informações são da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia.

A água da barragem invadiu também a cidade vizinha de Coronel João Sá, e deixou 500 desalojados, além de um rastro de destruição pelo município.

Técnicos da Defesa Civil sobrevoaram a região nesta sexta-feira (12). De acordo com o coordenador do órgão, as duas barragens menores – Serra Verde e Ronco Gibão – são particulares e estão localizadas em propriedades rurais.

Com o colapso dessas estruturas, o volume de água foi muito grande e acumulou na barragem do Quati. A estrutura não suportou a quantidade de água e acabou rompendo.

Segundo os bombeiros, as barragens de Serra Verde e Ronco Gibão são consideravelmente menores que a do Quati, e se apenas elas tivessem rompido os estragos e prejuízos não seriam tão grandes.


Risco de novo rompimento

A chuva continua nas cidades de Pedro Alexandre e Coronel João Sá nesta sexta. No entanto, em menor intensidade.

A preocupação da Defesa Civil agora é com outras duas barragem – a do Dênis e a do Riacho Lagoa Grande, que também ficam em Pedro Alexandre e tem o risco de romper por causa do acúmulo de água.

De acordo com o major do Corpo de Bombeiros, Ramon Diego, que está no local, os moradores foram orientados a deixarem a parte baixa da cidade e irem para postos que ficam na região mais alta de Coronel João Sá.

“Estamos adotando medidas preventivas. Já foi dada a ordem para evacuar a cidade e para colocar o pessoal lá em cima, nos postos onde o pessoal foi orientado", disse ele.

O major explicou ainda que a decisão foi tomada depois que os especialistas notaram o aumento no volume da água no local, por conta das chuvas fortes que caem na região.

“Está chovendo e tem risco no local. Então, por medidas preventivas, já foi dada a ordem no sistema de comando de operações. Foi dada a ordem para a gente evacuar o público. Todo mundo já foi avisado. Eles estão insistindo [em ficar], mas já foi dada a ordem para todo mundo ir para o ginásio e para as escolas, porque se acontecer um incidente [a água] vai passar por aqui muito rápido e com muita força. Então, por medidas de precaução, já viemos desde cima avisando. Vamos fazer outra varredura", explicou.

Rompimento da barragem

A barragem rompeu na manhã de quinta-feira (12), no distrito de Quati, em Pedro Alexandre, sem registro de feridos. A cidade mais afetada pelo rompimento, no entanto, foi Coronel João Sá, que fica a 45 km de Pedro Alexandre, por conta das famílias que moram às margens do Rio do Peixe, que corta a região.


A água que vazou da barragem seguiu o curso do rio e chegou a Coronel João de Sá por volta das 15h30. O percurso do rio entre as duas cidades tem cerca de 80 km.

Inicialmente, a Defesa Civil de Pedro Alexandre informou ao G1 que houve o rompimento da barragem. A situação também foi confirmado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

No entanto, ainda na noite de quinta, o Governo do Estado informou que não houve rompimento da barragem, mas sim um transbordamento. Na manhã desta sexta-feira (12), o governo voltou atrás e admitiu o rompimento da barragem.

Situação de emergência e calamidade pública

A prefeitura da cidade de Pedro Alexandre decretou situação de emergência e calamidade pública, na quinta-feira, após o município ser invadido pela água da barragem do povoado de Quati.

O documento foi publicado no Diário Oficial do município. No decreto, o prefeito Pedro Gomes Filho informou que a situação de emergência foi decretada "considerando o volume de água que tomou a cidade, causando inundações, enxurradas, alagamentos que ocasionaram danos materiais em residências, vias públicas, pontes e equipamentos públicos diversos".

Transtornos e prejuízos


A ponte que passa sobre o Rio do Peixe, em Coronel João Sá, na Bahia, ficou submersa e os bombeiros isolaram a área. Moradores ficaram mais de 18 horas "ilhados" e só começaram a transitar com a ajuda dos bombeiros, no final da manhã desta sexta.

Casas cheias de lamas e com marcas de água até a metade das paredes. Assim como a ponte, as ruas de Coronel João Sá ficaram alagadas.

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