O presidente Jair Bolsonaro publicou na sua conta do Instagram, nesta 2ª, 1 vídeo em que a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) mostra aviões da Funai em situação de abandono em 1 hangar no Aeroporto Internacional de Brasília. As aeronaves –8 no total, segundo Damares– indicam sinais de sucateamento: a estrutura está enferrujada, o interior sujo, os pneus furados.
“A Funai, como regra, ‘cuidava’ de tudo, menos do índio. Cada ninhos de ratos que toco fogo, mais inimigos coleciono. Acredito no Brasil porque confio em você, cidadão de bem”, escreveu o presidente na publicação.
No vídeo, Damares está acompanhada do presidente da Funai, Fernando Melo, e reclama do valor de aluguel pago para manter os aviões estacionados: R$ 700 mil por ano, de acordo com ela. No total, o aluguel atrasado já chegaria a R$ 3 milhões, segundo matéria do Estado de S. Paulo.
“Isto aqui é 1 descaso que deixaram para a Funai e 1 retrato da vergonha que era a Funai no passado. Vou ter que pagar de aluguel aqui milhões, e a aeronave está avaliada em mil reais aqui no leilão (sic)”, diz a ministra no vídeo.
Assista:
“Uma aeronave dessa é cobiçada por muitos aqui, abandonada e, detalhe, estamos pagando aluguel. Acabamos de falar com o dono de hangar e só aqui, só nesse hangar, mais de R$ 700 mil de cobrança de aluguel. É 1 descaso, tem gente morrendo por falta de assistência médica e essa aeronave poderia estar lá no Ministério da Saúde, com a saúde indígena, e está aqui, abandonada desde 2012”, completou.
O Poder360 entrou em contato com a Funai, mas até o momento desta publicação não obteve resposta.
Relatório da Funai
Informações de 1 relatório interno da Funai, publicadas no Estado de S. Paulo, registram que há, na verdade, 9 aeronaves que deveriam estar sendo usadas para atendimento médico à população indígena. Dessas, 3 estão em estado irrecuperável, uma está acidentada e as outras 5 estão inoperantes. O documento também alerta que há risco de incêndio dos aviões, já que eles estão estacionados no gramado, que é de fácil combustão, especialmente no período de seca.
O relatório afirma que os principais problemas das aeronaves são pintura desgastada, corrosão na estrutura e sucateamento de equipamentos. Quanto mais tempo elas ficam paradas, maior será o custo para colocá-las de novo em operação. Ainda segundo o Estadão, enquanto esses aviões estão parados, o Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 80 milhões por ano com o aluguel de aeronaves particulares para dar assistência aos povos indígenas.