Uma idosa de 80 anos foi levada de ambulância a uma agência bancária, na terça-feira (4), para comprovar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que está viva e tentar desbloquear a aposentadoria, na cidade de Medeiros Neto, no sul da Bahia.
A prova de vida é uma exigência do INSS e é feita na agência que o beneficiário está cadastrado. O processo é pra atualizar os dados e comprovar que a pessoa está viva pra continuar recebendo o benefício.
Dona Clemência Maria Souza deveria ter feito o processo até 31 de maio, mas familiares contam que ela não teve condições, porque tem problemas de locomoção. A idosa teve 40% do corpo queimado em um acidente doméstico e, desde então, não consegue andar direito.
A filha da aposentada, Maria Aparecida Santos, conta que a família tentava resolver o problema desde o final de maio e que chegou a ouvir de um funcionário que o banco enviaria alguém na casa da idosa, mas ninguém apareceu.
"E a gente precisando das coisas. Pagar alimentação. Pagar farmácia, medicamento. Ela está sem medicamento. Precisou fazer isso tudo, ir até o banco. Ele falou mesmo: 'vou tirar um tempinho para ir lá'. E, com isso, hoje são 4 e não apareceu ninguém", contou.
Na terça-feira, a família precisou acionar uma ambulância. Um vídeo feito pela família mostra o veículo parado em frente à agência bancária. A filha de dona Clemência diz que se sentiu constrangida em ter que levar a mãe ao banco dessa forma. [Assista ao vídeo acima]
"Ela sentindo dores e muitas dores mesmo. Chorando. O moço da ambulância ficou morrendo de dó dela. Todo mundo olhando ela lá em frente ao banco. É muito revoltando, muito triste. Humilhação de mais para um idoso de 80 anos", disse Maria Aparecida Santos.
Em nota, o Banco do Brasil informou que se o beneficiário não poder ir à agência, por motivo de saúde ou problema de locomoção, a prova de vida pode ser feita por um procurador ou represente legal cadastrado no INSS.
Nesse caso, segundo banco, o representante ou procurador tem que ir à agência da previdência social com a procuração registrada em cartório, o atestado médico comprovando a impossibilidade de locomoção do beneficiário e os documentos do representante pra resolver a situação.
A família conta que não foi orientada pelo banco a fazer a procuração.