Alexandre Nardoni, 40, condenado a 30 anos e dois meses de prisão pelo assassinato da própria filha Isabella, em março de 2008, conseguiu da Justiça de São Paulo a progressão de regime e, assim, irá para o semiaberto.
Isso significa que o bacharel em direito poderá trabalhar fora da prisão durante os dias da semana e, ainda, poderá deixar o presídio em cinco oportunidades ao longo do ano, nas chamadas "saidinhas", em datas comemorativas como o Dia das Mães, Dia dos Pais e final do ano.
No presídio de Tremembé, onde está desde 16 de maio de 2008, Alexandre tem a possibilidade de trabalhar fora das grades, mas ainda no interior do presídio --há uma ala destinada a esse tipo de regime mais brando dentro do complexo. Ele também poderá pleitear a transferência para outra unidade no estado, mas isso ainda não foi decidido pela família Nardoni.
A ordem judicial foi comunicada à direção do presídio ainda na tarde desta terça (30) e, assim, o criminoso deve ser enviado para o novo regime o quanto antes. Essa transferência pode, porém, demorar um pouco porque há necessidade de abertura de vaga no sistema penitenciário.
Alexandre não deverá ser liberado, porém, para deixar a prisão no Dia da Mães, no próximo mês, porque há um período de 30 dias de carência antes que o benefício possa ser usufruído. Alexandre, assim como a mulher dele Anna Carolina Jatobá, 35, também condenada pela participação no crime, mantêm a versão de inocência.
Segundo a acusação, o casal matou Isabella, de 5 anos, ao atirá-la pela janela do apartamento do pai, no sexto andar do edifício London, na zona norte da capital. Antes de arremessá-la pelo buraco da tela de proteção, porém, os dois teriam agredido a menina após discussão, ainda segundo a versão oficial.
A Promotoria não conseguiu apontar, porém, o motivo do assassinato.
Condenada a 26 anos e oito meses de prisão, Anna conseguiu o regime semiaberto ainda em 2017 e já deixou a prisão algumas vezes. O casal tem dois filhos, atualmente com 14 e 12 anos de idade.
O advogado do casal, Roberto Podval, disse que não poderia comentar a decisão em razão do segredo de Justiça imposto ao processo. O Ministério Público de São Paulo disse que ainda não foi comunicado oficialmente da decisão, mas que, caso confirmada, irá recorrer.
Por Rogério Pagnan | Folhapress