Seguir uma rotina de exercícios físicos e manter a pressão arterial e a diabete sob controle são tão importantes na prevenção da demência quanto atividades intelectuais. É o que diz um guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançado nesta terça-feira, 14, com diretrizes para reduzir o risco de declínio cognitivo e demência.
Elaborado por um grupo de especialistas de todo o mundo com base na revisão de estudos sobre o tema, o documento mostra que diminuir os fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo e tabagismo, ajuda também a prevenir a ocorrência de demência ou pelo menos a retardar o aparecimento do problema.
Entre as principais recomendações está a prática frequente de exercícios aeróbicos e de resistência e o consumo de alimentos saudáveis. Uma das dietas citadas no guia como exemplar é a mediterrânea, que privilegia produtos frescos e naturais, como frutas, legumes, azeite e cereais.
Por outro lado, o guia alerta que não há evidências científicas de que suplementos de vitamina B e E e gorduras poli-insaturadas, como o ômega 3, diminuam o risco de demência.
Segundo Cleusa Ferri, professora do programa de pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e única brasileira a integrar o grupo da OMS que elaborou o guia, doenças como obesidade, hipertensão e diabete e o consumo de tabaco e álcool levam a processos inflamatórios que afetam o cérebro, diminuindo a oxigenação no órgão e aumentando o risco de demência.
A OMS calcula que 50 milhões de pessoas no mundo vivam com demência atualmente, das quais 60% estão em países de baixa ou média renda. A estimativa é de que esse número atinja 82 milhões em 2030.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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