Diretores do Flamengo e familiares das 10 vítimas fatais do incêndio que atingiu o centro de treinamento do clube se reuniram nesta quinta-feira (21), na sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas o encontro terminou sem acordo. Os pais dos atletas mortos deixaram o local revoltados com a postura dos dirigentes. Ao Globo Esporte, Cristiano, pai do goleiro Christian, uma vítimas, falou em “falta de respeito”.

“Atitude do Flamengo é uma falta de respeito com a gente, os pais. Foi passado que estão dando apoio... Eles estão brincando com a vida dos nossos filhos, queria saber se não são pais, pelo que estão fazendo com a gente, a tortura que o Flamengo está fazendo conosco. Não definiu nada, estamos aqui como bobos, palhaços. Fomos desamparados por todos, não nos sentimos acolhidos por ninguém, principalmente pelo Flamengo. Eles não têm resposta para nós, familiares. Não foi falado nada”, afirmou.

Danrlei Pisetta, pai do goleiro Bernardo, outra vítima fatal, também expressou sua indignação com o Flamengo.

“Não houve mediação. A gente pediu para que o Flamengo fizesse uma proposta e vieram com valores pífios. Valores que não satisfizeram as familiares. Não há ninguém do Flamengo aqui que decida. Onde está presidente? Será que ele tinha algo mais importante para fazer? É uma falta de respeito. Peço a todos os torcedores que vão estádio e que tem mandado mensagens para nós que reflitam o que o time que eles torcem está fazendo com a gente. Isso não se faz nem com cachorro. Não houve negociação. Qualquer tipo de negociação está encerrada”, afirmou ele, também ao Globo Esporte.

Marília de Barros, mãe de Arthur, também desabafou à imprensa. “A decepção é muito grande. Os nossos filhos morreram juntos, então devemos lutar juntos. O que estão fazendo com a gente... Não tem preço, não vão trazer nossos filhos de volta, mas a gente queria dignidade. Quantos pais lá falaram que o filho chorou no dia das mães porque estava longe, todo final de semana eu estava com o meu. Eu penso assim, tinha que ter um pouco de respeito. Respeito por nós, pai. Está faltando. Ele (presidente Rodolfo Landim) mandou o vice-presidente (Rodrigo Dunshee). Ele (Dunshee) simplesmente saiu e abandonou a reunião, nenhuma satisfação. E se fosse a gente que não desse satisfação? E se o filho não voltasse para treinar, a gente não tinha que dar uma satisfação? Essa satisfação a gente não tem. Tudo que foi proposto foi por água abaixo”, disse Marília.

Os familiares pediram ao Flamengo R$ 2 milhões de indenização e mais R$ 10 mil mensais de pensão até o ano em que as vítimas completassem 45 anos. Os valores são os mesmos propostos pelo Ministério Público. O Flamengo não aceitou.

Segundo o TJ-RJ, o Flamengo foi representado pelo vice-presidente geral e de procuradoria geral, Rodrigo Dunshee de Abranches, e uma equipe de advogados.  A expectativa é de que os acordos sejam firmados no prazo de dois meses.

Com informações do Globo Esporte / Notícias ao Minuto

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