No 14º dia de buscas, sete corpos foram encontrados na lama de rejeitos da barragem da Vale, em Brumadinho (MG). Nesta quinta-feira (7), o número de mortos chegou a 157. Há ainda outras 182 pessoas desaparecidas entre funcionários da mineradora e moradores da região. Do total de vítimas, 134 já foram identificadas.
Desde segunda (4), o Corpo de Bombeiros de Minas iniciou uma nova fase das buscas, com mais máquinas pesadas, como escavadeiras. Elas são usadas nas margens da região atingida, onde os rejeitos são mais secos e rasos.
O número de máquinas do tipo tem crescido diariamente e chegou a 12. Elas recolhem grandes porções de lama e a espalham em outro local, para os bombeiros analisarem se há corpos inteiros ou fragmentados.
A ideia é fazer um verdadeiro pente-fino na área devastada -cerca de 3,96 quilômetros quadrados (equivalente a mais de dois parques Ibirapuera).
A descoberta de novos corpos, segundo a corporação, tende a ser mais lenta a cada dia, diante do novo patamar de dificuldade da operação. A estratégia agora é dividir a região afetada em 44 quadrantes.
Cada um deles, com área equivalente a quatro quarteirões, é ainda subdividido, orientando o trabalho específico de cada uma das equipes.
Parte dos trabalhos segue como anteriormente. Em áreas mais úmidas, bombeiros avançam rastejando sobre a lama, o que evita que afundem. Tapumes servem de plataforma sobre a lama, que em alguns pontos chega a ter 20 metros de profundidade.
Outra técnica usada é fazer perfurações na lama para que o possível odor de corpos soterrados seja identificado por cães farejadores.
As perfurações também podem identificar construções ou veículos soterrados, que podem ter barrado o avanço de corpos levados pela onda e ter sido a tentativa de último refúgio de quem viu a massa de rejeitos se aproximando, no dia 25 de janeiro.
Se algo do tipo for identificado, é iniciada uma escavação. O trabalho é feito em grande parte com as mãos e pás. Quando há a possibilidade de se levar água, pode-se tentar uma mangueira com alta pressão para facilitar e acelerar a escavação.
Segundo os bombeiros, as buscas não têm prazo para acabar, mas, internamente, alguns militares já cogitam a hipótese de não ser possível encontrar todas as vítimas.
A barragem que se rompeu liberou cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, que já chegaram ao rio Paraopeba, que passa pela região. Era uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos de minério de ferro da Vale e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Com informações da Folhapress