O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu que a reforma da Previdência não pode ser desidratada e representar uma economia abaixo de R$ 1 trilhão em 10 anos. A proposta de reforma nas regras de aposentadorias, apresentada nesta quarta-feira (20), prevê uma redução de R$ 1,072 trilhão nesse período. Se forem consideradas as medidas para o sistema das Forças Armadas, a economia chega a R$ 1,164 trilhão em 10 anos.

"Abaixo de R$ 1 trilhão você já compromete, começa a comprometer o lançamento para as novas gerações, porque nós vamos lançar um regime de capitalização para as novas gerações. Nós precisamos de uma folga, de um impulso fiscal, de uma força fiscal suficiente, ou seja, acima de um trilhão que nos permita lançar um sistema novo. Se começar a desidratar essa reforma, nós não conseguimos que as futuras gerações escapem dessa armadilha", disse Guedes.

O ministro negou que o espaço para negociação no Congresso seja curto, apesar de ele ter estabelecido R$ 1 trilhão como piso para o impacto da reforma da Previdência.

Em entrevista após reunião com o governador de São Paulo, João Dória, Guedes declarou que está ouvindo as sugestões de todos os estados, além das opiniões de prefeitos e parlamentares.

Um dos pontos criticados por governadores é a mudança no formato do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago hoje a pessoas de baixa renda após completarem 65 anos.

A proposta de reforma prevê um novo sistema, no qual pessoas de 60 anos ou mais e em condições de miséria receberão R$ 400. Somente a partir dos 70 anos é que o benefício chegará ao valor de um salário-mínimo -mesmo montante do atual BPC.

Segundo Guedes, esse novo modelo foi criado para estimular que os trabalhadores contribuam à Previdência, pois, assim, conseguiriam se aposentar com um salário-mínimo antes dos 70 anos.

O ministro, contudo, reconheceu que, se os governadores forem contra o novo formato do benefício para idosos de baixa renda, "podemos tirar isso" da proposta. Dessa forma, o governo economizaria mais R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões no curto prazo.

Fonte: Folhapress

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