Durante coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (11), o governador Rui Costa comentou sobre reclamações da população relacionadas ao Planserv (Plano de Saúde do Servidor), dificuldades relacionadas à regulação de pacientes e também sobre suas ações no segundo mandato de governador para fortalecer o sistema básico de saúde.
Segundo Rui Costa, o orçamento anual do Planserv é de 1,5 bilhão de reais para 15 milhões de pessoas. Enquanto o investimento da saúde pública da Bahia o ano passado para cuidar de 15 milhões de pessoas foi de 5,6 bilhões. Ele observou ainda sobre o movimento de greve dos médicos anestesistas e a cobrança de reajuste salarial. Rui disse que o estado não pode aumentar a despesa porque quem paga os custos são os servidores e também o estado. Na conjuntura atual não há condição alguma de atender a essas reivindicações.
“O Planserv passou a chamar os hospitais e as clínicas e dizer que cumpram a obrigação contratual, garantam a anestesia. Essa semana inteira houve reuniões com todas as clínicas e hospitais. OPlanserv está chamando todos e exigindo que eles cumpram a obrigação contratual. Eu peço que qualquer reclamação que chegue eventualmente pela não realização de procedimento por falta de anestesistas que sejam encaminhadas para a Secom, ou encaminhem para a Secretaria de Administração que nós vamos tomar providência. Aquela unidade de saúde que não garantir o contrato, o prestador de serviço que não garantir o seu contrato, ele será descredenciado e então uma clínica, um hospital que não tem condições de garantir o que está no seu contrato, ele será descredenciado. O contrato existe para ser cumprido e então nós temos o contrato com o hospital que e tem lá as obrigações dele e as obrigações do Planserv. Tivemos uma posição positiva de 100% dos hospitais e das clínicas que tiveram reuniões essa semana confirmando que vão manter o serviço . Nós inclusive estamos discutindo novas formas para incluir novos prestadores de serviço ou para melhorar os custos do Planserv. Não haverá negociação separada com nenhum segmento profissional, nem com anestesista, nem com nenhum outro especialista. A relação do Planserv será com as clínicas e hospitais a partir de agora”, explicou.
O governador esclareceu que pretende fazer algumas mudanças no Planserv e entre elas está a incluída a alteração do modelo de cotas de atendimento por unidade de saúde. Ele informou que está fazendo um levantamento do modelo de assistência de saúde oferecida pelos 27 estados do Brasil, no intuito de publicar e mostrar que o Planserv é o melhor e o mais barato plano de saúde do Brasil voltado para os servidores públicos.
“É o mais completo e o que cobra o menor valor dos servidores. Tenho absoluta convicção em afirmar e nós vamos demonstrar isso através desse levantamento. Vamos publicar e disponibilizar para a imprensa o que cada estado cobra dos servidores. Por exemplo, Santa Catarina chega a cobrar 40% de cada exame para que o servidor faça. Eu quero tranquilizar e quero pedir ajuda da imprensa e dizer ao servidor que se tiver qualquer dificuldade de fazer um procedimento em qualquer unidade hospitalar, por favor entre em contato com o Planserv, com a Secretaria de Administração. Ou então comunique a imprensa para que chegue até a nós e que a gente possa tomar as medidas necessárias para que se tenha o atendimento garantido”, acrescentou.
Regulação dos Pacientes
Rui Costa justificou durante a coletiva de imprensa que também pretende resolver as dificuldades de regulação dos pacientes da saúde pública de forma gradativa. Através de um trabalho persistente e permanente. Na opinião dele, segundos dados do gráfico da Secretaria de Saúde, essa questão tem melhorado e avançado a cada semana.
“Os investimentos que eu estou anunciando fazem parte dessa estratégia. Um novo Clériston Andrade, fazer investimentos para ampliar o setor de ortopedia, leitos de neurologia, isso tudo vai ajudar na regulação, porque o HGCA vai ter mais leitos, vai operar mais, melhorar a produtividade e com isso reduzir a fila da regulação. Nós aqui assumimos toda a parte de ortopedia, de partos de risco, e eu inauguro esse ano o novo hospital da região metropolitana, em Lauro de Freitas, que vai começar a funcionar e vamos fazer mais cirurgias. Isso significa que vamos melhorar ainda mais a regulação. Vamos inaugurar esse ano a reforma na instalação de UTI do Hospital de Senhor do Bonfim. Vou inaugurar também agora no primeiro semestre a ampliação e colocação de UTI no Hospital de Bom Jesus da Lapa e vamos melhorar a regulação com isso também. Estamos fazendo um convênio agora para reabrir e reformar o Hospital da Chapada em Itaberaba e daqui há um ano teremos um novo hospital ali. Nós temos uma maternidade nova em Camaçari, que estamos construindo. Vamos implantar uma unidade de alta complexidade em Ilhéus. Então o investimento em saúde continua e tem também as policlínicas. Vou inaugurar agora no primeiro semestre onze policlínicas”, afirmou.
Rui Costa declarou ainda que acredita que as dificuldades no âmbito da saúde podem ser resolvidas através do fortalecimento do trabalho da atenção básica de saúde. Ele deu como exemplo a presença dos médicos cubanos em localidades muito distantes e com vários problemas. De acordo com ele, além do atendimento aos pacientes com atenção e carinho, os profissionais conseguiram diminuir o consumo de medicamentos e a saúde de muitas pessoas mudou para melhor com orientações de bons hábitos alimentares e um estilo de vida mais saudável.
“Uma boa atenção básica melhora muito a saúde das pessoas em todos os lugares do mundo. O onde o povo é mais saudável, onde você tem a saúde básica forte, a prevenção forte. É isso que nós queremos fazer e por isso que nós estamos apostando tanto nas policlínicas para reforçar o posto de saúde. Temos 8 policlínicas em funcionamento e agora vamos inaugurar mais 11, chegando a 19 policlínicas agora ao final do primeiro semestre. Com isso, melhorando e incentivando a atenção básica. É fundamental também um movimento junto aos municípios para a gente reforçar. Infelizmente quando os médicos cubanos foram embora, vários postos de saúde estão sem médico porque há médicos que não querem trabalhar em localidades distantes. Isso é um problema grave e quando as pessoas não tem um médico para ir, mais cedo ou mais tarde elas vão acabar no hospital, na emergência do hospital”, observou.
Para o governador, a saúde pública não pode ser olhada em pedaços. A saúde teve ser trabalhada a partir de todo o conjunto, com o objetivo de a cada dia melhorar.
Rachel Pinto / Acorda Cidade