Os 16 servidores e pacientes do Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, no bairro de Santa Cruz, em Salvador, que foram feitos reféns no final da tarde desta segunda-feira (10), dentro do posto, foram liberados às 19h20. Os quatro suspeitos foram levados em viaturas para a Central de Flagrantes.

Segundo o coronel PM Humberto Sturaro, as pessoas passarão por uma triagem e, quem tiver condições, prestará depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As pessoas que estão em estado de choque receberão atendimento médico. Uma menina de 12 anos, que foi ao posto acompanhar a mãe, estava entre os reféns.

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM negociou a rendição dos bandidos que invadiram o posto de saúde durante fuga, por volta de 16h, após um tiroteio que terminou com três suspeitos mortos e um PM baleado na mão. A liberação só foi possível após a chegada de familiares dos suspeitos e da imprensa, que acompanhou a prisão dos criminosos e a liberação dos reféns. 



O delegado Deraldo Damasceno informou à imprensa, momentos antes da libertação dos reféns, que todos os suspeitos que estavam dentro do posto são conhecidos das polícias Civil e Militar.

Segundo o negociador, o capitão do Bope Luis Henrique Guedes (filho de jacobinense), "Até o momento identificamos somente uma arma com os elementos. Só conseguimos identificar que eles não possuíam armas depois de todo protocolo, depois que todos se entregaram e que o Bope fez revista no local. Eles diziam a todo momento que estavam armados", disse o militar. Segundo ele, a negociação durou 1h, desde que o Bope assumiu a operação.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que “após confronto com policiais da Rondesp/Atlântico na tarde desta segunda-feira (10), suspeitos de integrarem uma quadrilha de tráfico de drogas com atuação no Nordeste de Amaralina fugiram e se abrigaram no local”. Antes da resolução do caso, o coronel Sturaro confirmou, no local, que um dos suspeitos que invadiu o centro estava em um cômodo e outros três em outro setor do posto.

O policial militar baleado na mão é da Rondesp Atlântico. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passa bem. "Houve troca de tiros contra guarnições nossas, dois foram baleados, um policial foi vitimado [ferido] também. Na fuga, entraram no posto. Preservar vidas é o que é primordial para nós. Exigiram presença da família e da imprensa", comentou ele. 

Irmã de um dos suspeitos, Érica Silva Cerqueira, 24 anos, chegou a entrar no posto antes da rendição e disse ter ouvido a voz do irmão, Caíque Silva Cerqueira, 19. "Ele está vivo e disse que se entregaria quando a imprensa chegasse", comentou.

Após a saída dos suspeitos, a mãe de Caíque falou com a imprensa bastante emocionada. Disse que estava envergonhada e que ajudou a polícia a convencer ele a se entregar. "Eu não sei o que deu errado. A gente dá conselho, mas eu não sei que é que eles pensam da vida. A mãe fala tudo. Hoje eu levei comida para ele, deixei em casa dormindo, quando cheguei recebi uma ligação de que ele estava aqui fazendo gente de refém. A culpada não é a mãe", disse.

Caíque, que estava em um cômodo separado dos demais com uma refém, era o único dos quatro suspeitos que possuia uma arma. O rapaz, que era aguardado na saída pela mãe e pela irmã, foi o último a aceitar a rendição.

"Eu falei que era para ele sair dessa vida e se entregar, pois ele sairia vivo e todos os amigos dele já tinham morrido", disse a mãe de Caíque.

Outro suspeito que também estava dentro do posto é Danilo Santos Nascimento, 28, que, segundo a mãe dele, já teve envolvimento com o tráfico, mas atualmente estava afastado do crime.

De acordo com a SSP-BA, policiais do Grupamento Aéreo da (Graer) e da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) também reforçam o policiamento no bairro.

Fonte: Correio 24h

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