Uma infestação de besouros, popularmente conhecidos como "Potós", vem causando transtornos aos moradores do município de Ibotirama (a 655 quilômetros de Salvador). A invasão dos insetos teve início na última terça-feira, 30.
Segundo a prefeitura da cidade, este tipo de acontecimento é considerado comum em épocas de chuva, pois o clima da região é quente e seco. Além disso, conforme a gestão municipal, há um desequilíbrio ambiental causado pela deficiência de predadores naturais destes insetos.
Por conta da infestação e, após a população solicitar o auxílio, a administração pública emitiu uma nota orientando os moradores a não fazer dedetização, uma vez que, segundo a prefeitura, as larvas dos insetos não oferecem riscos à saúde. No entanto, moradores relatam queimaduras leves causadas por um líquido que os besouros expelem quando são apertados.
Para minimizar tais danos, a prefeitura recomendou que a população mantivesse o menor número de lâmpadas acessas possível devido ao fato do "Potó" ser atraído pela luz.
"Nos bairros onde a iluminação é mais forte, a presença dos insetos aumenta consideravelmente", contou a vendedora Gislane, 28 anos, relatando que esta é a primeira vez que a infestação acontece com tanta intensidade.
Ela disse ainda que foi atingida no braço por um dos besouros enquanto andava pelas ruas da cidade. "Eles ficam voando loucamente e expelem mau cheiro e ácido durante o voo", desabafou.
Ainda segundo a prefeitura, o sistema de coleta de lixo e limpeza de terrenos baldios são realizados a fim de diminuir a infestação. Na manhã desta sexta, 9, ainda foi possível notar a presença dos insetos nas ruas. Nas redes sociais, moradores reclamam da situação.
Cuidados
A bióloga Aline Rodrigues explicou que é comum ocorrer este tipo de infestação nesta época do ano. "Com a chuva, o solo, que tem alta temperatura, fica úmido e facilita a reprodução", afirmou ela, informando que os "potós" estão se reproduzindo rapidamente.
Segundo ela, "o sistema de autodefesa do besouro libera uma secreção ácida que causa queimadura de 1º grau, que dura cerca de sete dias". Por isso, a bióloga orientou que, após a contaminação, a pessoa lave o local imediatamente com água e sabão e procure um médico.
Ela afirmou também que, nesta situação, "a única coisa a fazer é se prevenir colocando telas nas janelas, fechando as portas após as 18h e apagando o máximo de luzes possível" para evitar que os insetos entrem em casa.
A Tarde