Na primeira semana de trabalho da equipe de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desembarca em Brasília, na manhã de terça-feira (6), para reuniões com os chefes dos Poderes.

Ao mesmo tempo, quer afinar com aliados os últimos detalhes da estrutura que formará seu governo. Tem o desafio de desfazer desentendimentos internos sobre a composição de ministérios e alinhar as declarações desencontradas de assessores.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi nomeado nesta segunda (5) ministro extraordinário para coordenar a transição com o governo Temer. Ele já foi anunciado por Bolsonaro como ministro da Casa Civil.

Além dele, outros quatro nomes foram confirmados: general Augusto Heleno (Defesa), Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

A lista pode chegar a 17, a depender de como será o desenho final da Esplanada dos Ministérios.

Um dos principais pontos de controvérsia sobre a estrutura ministerial são as fusões de pastas. A que mais gerou polêmica até agora foi a junção de Agricultura com Meio Ambiente.

A medida, bandeira da campanha presidencial, rendeu críticas de ruralistas e ambientalistas e divide a base de apoio do presidente eleito.

O futuro ministro da Casa Civil confirmou na terça-feira (30) a fusão. Na quarta-feira (31), o ruralista Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista), disse que o presidente eleito tinha revisto a decisão. No dia seguinte, Bolsonaro admitiu rever a junção.

"Isso aí do Meio Ambiente com a Agricultura é uma coisa polêmica. O próprio Bolsonaro já falou que não quer criar problema. A não separação pode criar problema sério, por isso que ele está disposto a não separar. Mas não bateu martelo, não", disse à reportagem o general Augusto Heleno, anunciado ministro da Defesa.

Segundo Heleno, o vaivém é natural e não há motivo para pressa na definição dos ministérios.

Transição

Desde ontem (5), passaram a estar formalmente nomeados no governo de transição 28 pessoas, cujos nomes foram fechados por Lorenzoni e Bolsonaro na última semana.

O grupo conta com oito indicações do chamado "grupo Brasília", coordenado por militares que ajudaram a escrever propostas de governo para Bolsonaro. Guedes tem direito a 12 indicações, Mourão também escolheu dois aliados e, Bolsonaro, os ex-dirigentes do PSL Gustavo Bebianno e Julian Lemos.

Sessão no Congresso

O capitão reformado chega em Brasília e deve ir direto ao Congresso, onde participará de sessão solene em comemoração aos 30 anos da Constituição. Segundo a assessoria do Senado, além de Bolsonaro, confirmaram presença na cerimônia os presidentes da República, Michel Temer; do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli; do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE); da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Os jornalistas foram barrados e não poderão entrar na tribuna de imprensa, tendo acesso somente às galerias, na parte superior do plenário.

Nesta quarta (7), Bolsonaro conversará com o presidente Michel Temer e com o ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele retorna ao Rio de Janeiro, onde mora, na quinta (8).

Com informações da Folhapress

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