A 11 dias do 2º turno, a campanha de Fernando Haddad carregou no tom dos ataques a Jair Bolsonaro, que tem 18 pontos de vantagem segundo a última pesquisa Ibope.

Além da presença de uma vítima de tortura na televisão — Amelinha Teles —, que foi alvo do coronel Brilhante Ustra, "herói" de Bolsonaro, um vídeo divulgado por Haddad e a candidata a vice, Manuela D'ávila, usa uma criança para intensificar a retórica do medo. Nesta quarta-feira (17), a peça postada por Haddad mostra um menino com arma e sugere um tiro no pai.

O filmete é feito na perspectiva da criança. Mostra o pequeno brincando com carrinhos, nave e bonecos do Star Wars. O pai, que está tomando café da manhã com a mãe na sala, chama: "filho, vem comer. Filho, olha a hora".

O menino, entretanto, está distraído com os brinquedos no quarto e resolve revirar o guarda-roupas do pai. Entre roupas e tablet, ele encontra um revólver.

A cena a seguir é um diálogo desesperado. "Olha, pai", diz a criança. "Calma, filho", reage o genitor. "Meu filho, pelo amor de Deus", brada a mãe.

Ouve-se um tiro. Entra a tela escuro com os dizeres: "é melhor jair se acostumando?" — uma frase muito usada pelos militantes pró-Bolsonaro. "Vote pela vida", conclui o vídeo.

Veja o vídeo:


Porte e posse de arma para Bolsonaro

A peça de Haddad é um claro ataque à histórica defesa de Jair Bolsonaro contra o Estatuto do Desarmamento. "Irresponsável o governo que desarma o cidadão de bem e deixa a vagabundagem muito bem arma", já disse o deputado federal.


Para Bolsonaro, é necessário "equilibrar o jogo" da segurança pública, conferindo à população o direito à legítima defesa.

"Quem é cidadão de bem tem arma [nos EUA], não tem problema nenhum. Aqui, com algum critério obviamente, a gente vai passar pelo Parlamento... Não é decisão minha a posse de arma de fogo. E o porte a gente vai ter que dar uma flexibilizada muito grande", explica.

Ele pretende, portanto, propor ao Congresso a liberação da posse de arma e a flexibilização do porte de arma.

O Estatuto do Desarmamento, que está em vigor, permite hoje a compra de armas e o porte, em condições bastante restritas. As autorizações, tanto para compra quanto para porte, são dadas pela Polícia Federal e dependem de uma série de exigências que precisam ser atendidas pelo requerente.

Fonte: Huffpost

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