O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na noite desta segunda-feira, 29, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que se referia à cúpula do PT quando afirmou que "marginais vermelhos" seriam banidos do Brasil em seu governo. "Foi um discurso inflamado, com a Avenida Paulista cheia. Logicamente, estava me referindo à cúpula do PT. O próprio Boulos havia dito que invadiria minha casa", afirmou, em referência a declaração do presidenciável derrotado do PSOL.
Na resposta, Bolsonaro criticou ainda a fala de Fernando Haddad (PT), candidato derrotado à Presidência da República, de que a crise no Brasil só acabaria quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fosse eleito. "Foi um momento de desabafo, não ofendi a honra de ninguém. No Brasil de Jair Bolsonaro, quem desrespeitar a lei sentirá o peso da mesma contra sua pessoa", afirmou.
Na entrevista, também agradeceu todos que o elegeram e, questionado sobre o fato de uma parcela do eleitorado dizer que sua eleição é um risco, disse que a Constituição será a Bíblia do governo. "As eleições acabaram. Chega de mentiras, chega de fake news. Quero governar para todos, não apenas para os que votaram em mim. Temos a Constituição que tem que ser a nossa Bíblia aqui na Terra e respeitada. Só dessa maneira podemos conviver em harmonia", disse.
Perguntado se iria pedir desculpas por ter se excedido em algumas falas durante a campanha, afirmou que "qualquer agressão contra um semelhante tem que ser punida na forma da lei".
Em relação à mídia, Bolsonaro disse ser totalmente favorável à liberdade de imprensa e afirmou ser preciso fazer justiça com a propaganda oficial do governo. "A imprensa que se comportar mentindo descaradamente não terá apoio do governo federal", disse. Em sua fala, criticou o jornal Folha de S. Paulo, que fez uma reportagem denunciando a compra de impulsionamento de mensagens no aplicativo WhatsApp. "Logicamente que não posso considerar essa imprensa digna". Ele afirmou, no entanto, que não quer que o jornal acabe.
Fonte: Estadão