Aeroportos, ônibus, metrô, trens interurbanos, abastecimento por caminhões, táxis, supermercados, hospitais, escolas e bancos. Se depender do anúncio feito pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) argentina, que realizou atos de protesto contra o governo nessa segunda-feira (24), alguns desses serviços vão cruzar os braços a partir desta terça-feira (25), quando será deflagrada a greve no país.
Por esse motivo, os argentinos aproveitaram para abastecer os seus carros em uma verdadeira corrida aos postos de combustíveis. “Tenho que encher o tanque e mais este aqui”, adiantou, em entrevista à Folha de S. Paulo, Eddy Díaz, 26, que trabalha de motoboy. Angustiado com o que está por vir, Fulvio Di Carmo, 42, também estava na luta para colocar gasolina.
“É um acúmulo de coisas, não posso ficar sem gasolina para ir trabalhar, porque meu escritório vai funcionar normalmente. Se conseguir o combustível e se der tempo, vou passar no supermercado, que já avisaram que fecha 10 minutos antes da meia-noite", disse o advogado.
Preços inflacionados
“Eu entendo que com essa inflação não se pode viver. Não posso entrar numa farmácia e comprar um remédio por 800 pesos num dia, e na semana seguinte o mesmo medicamento está 1.100 pesos. Mas será que este é o melhor jeito?”, lamentou Maria Eligna Razzo, 46. El também aproveitou para alfinetar o presidente do país. “Macri está em Nova York (em reunião da ONU), comendo bem, conversando com empresários, dando entrevistas para jornais econômicos dizendo que na Argentina vai bem. Ele não está vendo nada disso. E olha para mim?”, comentou.
Instituições financeiras afetadas
“Todo mundo sabe que o dinheiro dos caixas eletrônicos acaba em poucas horas, e amanhã (hoje) não haverá reposição, então o jeito foi vir buscar dinheiro em espécie nos caixas físicos mesmo, mas temos hora para fechar, os clientes têm de respeitar isso", explicou segurança do Banco Galícia da agência de Chacarita, Jerónimo, que teve de chamar reforço policial para fechar as portas de vidro do estabelecimento depois do horário de atendimento.
A greve
A paralisação foi convocada contra as medidas de ajuste econômico, que o presidente se viu obrigado a adotar para obter uma linha de credito de US$ 50 bilhões do FMI, segundo a Agência Brasil.
Agência Brasil