A ONU criticou nesta quinta-feira (23) as restrições à entrada de venezuelanos implementadas pelo Equador e pelo Peru, e pediu aos países latino-americanos que continuem recebendo os refugiados que deixam o país.

Em um comunicado conjunto, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, e o diretor-geral da OIM (Organização Internacional de Migração), William Lacy Swing, pediram um maior apoio da comunidade internacional a medida em que "aumenta o êxodo venezuelano". Eles disseram estar "preocupados ante vários acontecimentos recentes que afetam os refugiados e migrantes que vêm da Venezuela".

As duas agências da ONU se referem às novas exigências de passaporte nas fronteiras de Equador e Peru, válidas para venezuelanos, assim como mudanças aplicadas nos vistos de residência temporária no Peru.

A Colômbia, que recebeu mais de 1 milhão de venezuelanos nos últimos 16 meses e regularizou 820 mil, também criticou as medidas adotadas pelos países vizinhos afirmando que elas favorecem a imigração ilegal.

Mais de 400 mil venezuelanos entraram no Peru nos últimos dois anos, reflexo da política de portas abertas adotada inicialmente por Lima diante da crise social e econômica que assola a Venezuela.

Ao detectar que venezuelanos entraram com cédulas falsas de identidade, o governo peruano passou a exigir passaporte na fronteira.

A tensão migratória aumenta também em outros países da América Latina, como no Brasil, onde no último fim de semana venezuelanos e brasileiros entraram em confronto nas ruas de Roraima.

Dos 2,3 milhões de venezuelanos que vivem no exterior, mais de 1,6 milhão deixou a Venezuela depois de 2015, quando a crise se agravou. Desses, 90% buscaram refúgio em países latino-americanos. Os dados são do Acnur e da OIM.

O Equador, país por onde passam milhares de venezuelanos que tentam chegar ao Peru, ao Chile e à Argentina, convidou os ministros de Relações Exteriores dos 13 países da região, incluindo a Venezuela, para uma reunião em 17 e 18 de setembro. A pauta será como enfrentar a crise migratória. 

Com informações da Folhapress

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