Todos os anos, no mês de agosto, é possível ver da Terra a chuva de meteoros “Perseidas”. Seu nome é uma referência à constelação de Perseu, porque a chuva pode ser vista perto do conjunto de astros. Neste ano, o pico do fenômeno acontece durante a Lua nova, o que facilita a observação, com a noite mais escura. E, se você estiver no Brasil e quiser acompanhar o fenômeno, vai precisar de um pouco de paciência e de algumas instruções — que daremos aqui.
A chuva de estrelas cadentes Perseidas costuma ser visível entre o fim de julho e as primeiras semanas de agosto, mas existe um pico do fenômeno, quando o número de estrelas cadentes visíveis é maior. Neste ano, ele poderá ser observado na madrugada deste domingo (12) para segunda-feira (13).
Entre os brasileiros, os moradores das regiões Norte e Nordeste são os mais privilegiados em termos de visibilidade da chuva de meteoros. Isso porque, desses locais, a constelação de Perseu é visível mais alta no céu. Outras regiões do País também podem acompanhar o espetáculo, mas com o fenômeno mais visível perto da linha do horizonte — tornando mais difícil a visibilidade, caso você esteja cercado de elementos na paisagem, como prédios.
A primeira coisa que você precisará fazer é localizar a constelação de Perseu. Como ponto de referência, você pode buscar as conhecidas estrelas Três Marias no céu e, a partir delas, olhar para o norte, vendo as constelações de Touro e, depois, de Perseu.
Em entrevista à BBC Brasil, o astrônomo Enos Picazzio, professor do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP, explica que é preciso ter “um pouco de paciência” e descarta a necessidade de um telescópio para ver as estrelas cadentes, embora recomende um binóculo.
Você precisará contar também, é claro, com um céu limpo, sem nuvens, para poder ver o espetáculo. Além disso, moradores de grandes cidades terão maior dificuldade para observar a chuva de meteoros, já que a poluição luminosa desses grandes centros dificulta a visualização.
Dito tudo isso, a constelação deverá começar a surgir no horizonte por volta das 2h da manhã em Macapá (região Norte) e Salvador (região Nordeste), por exemplo. Quem estiver no Centro-Oeste e Sudeste terá como melhores horários as 3h da manhã em Brasília e as 5h em São Paulo.
À BBC, Picazzio explica que, na região Sul, a observação do fenômeno será mais difícil, pois Perseu estará no céu mais próximo do nascer do Sol: às 6h em Porto Alegre.
Em seu pico, a chuva de estrelas cadentes tem entre 40 e 80 meteoros por hora iluminando o céu. O efeito de luz é causado pelo atrito das pequenas rochas com a atmosfera, entrando em combustão e formando os feixes de luz que podem ser vistos aqui da superfície.
Visíveis há pelo menos dois mil anos, as Perseidas tiveram seu primeiro registro feito em 36 d.C., na China, segundo Bill Cooke, astrônomo da NASA.
Fonte: Gizmodo