Pelo menos 48 pessoas morreram e outras 67 ficaram feridas nesta quarta-feira (15) em um atentado contra uma escola em Cabul, no Afeganistão. O ataque aconteceu por volta das 16h (horário local, 8h30 em Brasília), quando um terrorista suicida detonou os explosivos que carregava em seu colete no interior do centro educacional, localizado no distrito policial número 18, indicou o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanekzai.
Por sua vez, o porta-voz do Ministério da Saúde Pública, Wahidullah Majroh, confirmou as mortes, mas afirmou que o número de vítimas pode aumentar ainda mais nas próximas horas.
O edifício atacado é uma escola particular de treinamento para exames admissionais em universidades, onde estudam principalmente menores, tanto meninos como meninas, afirmou o chefe do Departamento de Investigação Criminal da Polícia de Cabul, Salem Almas. “Uma equipe de investigação criminal está na região para averiguar mais”, disse a fonte.
A área, Dasht-e-Barchi, abriga um grande número de casas de pessoas da minoria xiita, alvo habitual da insurgência no Afeganistão. Até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.
Cabul foi palco neste ano de um grande número de atentados. O último de grandes proporções aconteceu no final de julho, perto do aeroporto internacional de Cabul, minutos depois de o comboio do vice-presidente afegão, Abdul Rashid Dostum, sair da região.
A ação, reivindicada pelo grupo jihadistaEstado Islâmico (EI), deixou 23 mortos e 107 feridos.
Ataque contra policiais
Na noite de terça-feira (14), pelo menos 16 integrantes das forças de segurança do Afeganistão morreram e outros 19 permanecem desaparecidos depois que os talibãs atacaram um posto de controle da polícia na província de Baghlan, no norte do país.
Dezenas de insurgentes lançaram à meia-noite de ontem um ataque contra o posto de controle policial no distrito de Baghlan-e-Markazi e aproximadamente 30 soldados foram deslocados de uma base militar próxima para ajudar os agentes, explicou Hanif Rezaee, porta-voz do Corpo 209 Shaheen do Exército, responsável pela segurança no norte do país.
No entanto, os reforços foram alvo de uma emboscada dos talibãs de quatro direções antes de conseguirem chegar ao posto de controle atacado, detalhou Rezaee.
“Na batalha, sete policiais e nove soldados morreram e outros 19 estão desaparecidos e não está claro o que aconteceu com eles”, afirmou Rezaee, ao detalhar que o contato com os desaparecidos foi perdido por volta das 5h locais (21h30 em Brasília de terça-feira).
Os talibãs reivindicaram a autoria da ação em um comunicado de seu porta-voz Zabihullah Mujahid, que assinalou que ontem à noite os insurgentes assumiram o controle de duas bases e dois postos de controle das forças de segurança em Baghlan.
Mujahid detalhou que seus homens causaram 70 baixas entre as tropas afegãs e apreenderam veículos e armas, mas os talibãs tendem a oferecer informações exageradas sobre o alcance de suas ações.
Ofensiva em Ghazni
Os residentes de Ghazni tentam retomar a normalidade nesta quarta-feira, enquanto as autoridades começam a restaurar os serviços públicos e a repartir ajuda, depois que as forças afegãs expulsaram os talibãs da cidade após vários dias de combate.
Os insurgentes, que na sexta-feira (10) lançaram uma forte ofensiva para tentar tomar a cidade, se concentram agora nas partes norte e oeste dos arredores de Ghazni, cujos moradores começaram a sair de suas casas e tentam retomar a rotina diária.
Durante a noite, as operações e bombardeios das tropas afegãs mataram pelo menos 30 talibãs nos arredores da cidade, elevando para o número de 350 insurgentes mortos nos últimos seis dias.
Fonte: VEJA / Com EFE