O estudo que classificou Salvador com o quinto pior sistema de transporte público do mundo foi questionado nesta sexta-feira, 13, pelo secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota. Em nota enviada à imprensa, ele disse que a Expert Market, responsável pela pesquisa, e a empresa de tecnologia Moovit - criadora da ferramenta para o cálculo dos dados - não informam quais os critérios metodológicos utilizados.
A pesquisa, divulgada nesta quinta, 12, chegou ao ranking com 74 cidades a partir da análise de informações como tempo de viagem, distância percorrida, tempo de espera e custo mensal dos usuários do sistema, com base no salário médio da população.
O secretário disse ainda que o estudo foi realizado por uma empresa de tecnologia "sem a mínima expertise e reconhecimento em consultas de opinião pública". “Pelo que se pode conferir na internet, a Moovit é uma empresa israelense de tecnologia que desenvolveu um aplicativo e está oferecendo a governos e empresas um sistema para análise de dados de transporte público”, diz.
Para ele, a pesquisa atende a uma estratégia de marketing para a popularização da Moovit no Brasil.
A última posição no ranking também é ocupada por uma cidade brasileira, o Rio de Janeiro. São Paulo e Brasília também aparecem na lista, com o terceiro e o sétimo piores sistemas de transporte, respectivamente.
Metodologia
No site em que foi publicado o resultado do estudo, a empresa Expert Market explica que utilizou o Índice de Transporte Público do Moovit para alcançar os dados que basearam a pesquisa.
"O estudo analisa 74 cidades com um tamanho populacional de mais de 300.000 pessoas em 16 países do mundo. Utilizamos o Índice de Transporte Público do Moovit (150 milhões de usuários em todo o mundo) para encontrar: tempo médio gasto com deslocamento diário; tempo médio de espera por um ônibus ou trem a cada dia; distância média de viagem; a porcentagem de passageiros que fazem pelo menos uma alteração como parte de uma única jornada; utilizamos dados do Índice de Custo de Vida Numbeo para calcular o custo médio de um cartão de viagem mensal como porcentagem do salário mensal médio líquido; utilizamos o Scorecard de tráfego global INRIX 2017 para encontrar o número médio de horas gastas em congestionamentos ao longo de 240 dias de viagem. A classificação final é ponderada, com o custo e o tempo gasto pendulares julgados como os fatores mais importantes".
Fonte: A Tarde