O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (25), os resultados da Projeção da População, revisada em 2018, até o ano de 2060. Segundo o instituto, as estimativas da Projeção da População levam em conta o histórico das componentes demográficas (nascimentos, mortes e migração) e traçam hipóteses para o futuro. Elas são constantemente monitoradas e periodicamente revistas para garantir sua máxima aderência à realidade.
Em 2018, pela primeira vez, o IBGE revisou a projeção usando os dados do registro civil de nascidos vivos, para os anos de 2001 a 2016. A pesquisa revela que a maior redução no número de nascimentos do país, por um lado, e a manutenção da maior migração de saída dentre os estados, por outro, deverão fazer a população baiana começar a diminuir daqui a menos de 20 anos. A Bahia deverá ser o segundo estado brasileiro a iniciar o processo de decréscimo populacional, a partir de 2035, depois apenas do Piauí, que deverá ver sua população começar a diminuir em 2032.
A redução da população baiana, a ser iniciada em 2035, deverá levar o estado a ter, em 2060, 13.825.958 de moradores, 6,7% ou 986.659 pessoas menos do que se estima que tenha hoje, em 2018 (14.812.617 pessoas).
A população baiana vai começar a diminuir bem antes da população brasileira como um todo, que só deve recuar a partir de 2048, 13 anos depois, e, por isso, deve chegar, em 2060, a 228.286.347 pessoas, ainda 9,5% maior que a estimada em 2018 (208.494.900 pessoas).
Além de ser a segunda a começar a diminuir, a queda percentual da população da Bahia até 2060 (-6,7%) será também a segunda mais profunda, menor apenas que a redução populacional projetada para o Piauí (-9,8%). Comparando-se os extremos do período considerado (2018 e 2060), somente outros dois estados terão saldo populacional negativo: Rio Grande do Sul (-3,4%) e Alagoas (-2,8%).
Dos 27 estados brasileiros, 8 não devem ter nenhuma redução populacional até 2060: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre. São unidades da Federação em que a natalidade ainda está crescendo e/ou têm saldo migratório positivo, recebendo pessoas de fora.
Mesmo perdendo população, a Bahia deverá se manter, ao longo de todo o período 2018/ 2060, como o quarto estado mais populoso do país. Continuará abaixo de São Paulo (que deverá ter aumento de 11,1% na população, comparando-se 2060 com 2018), Minas Gerais (+0,6%) e Rio de Janeiro (+2,8%) e acima do Paraná (+8,8%).
Entre 2018 e 2060 - Bahia deve ter maior queda percentual no total de crianças nascidas e manterá maior migração de saída
A queda da natalidade é um dos fatores determinantes para a projeção de redução populacional na Bahia. Entre 2018 e 2060, o estado deverá ter o maior recuo percentual no número de crianças nascidas do país: -43,8%, passando de 211.097 para 118.648 nascimentos nesse período. O percentual de redução é o mesmo esperado para o Piauí.
A diminuição do número de nascimentos na Bahia deverá ser significativamente maior que no país como um todo, onde a redução será de 29,4% entre 2018 e 2060, e que a média do Nordeste (-38,4%). Dentre os estados, apenas Roraima, com uma projeção de crescimento de 1,6%, não deverá ter queda de natalidade 2018 e 2060.
Entre 2018 e 2060, a previsão é que a taxa de fecundidade (número médio de filhos tidos pelas mulheres de uma determinada faixa etária) caia mais entre as adolescentes de 15 a 19 anos (de 61 filhos a cada mil mulheres para 40 filhos a cada mil mulheres nesse grupo de idade) e, em seguida, entre as jovens de 20 a 24 anos (de 83 nascimentos para 71 nascimentos por mil mulheres).
Assim, a faixa etária de maior fecundidade média no estado avançará do grupo de 20 a 24 anos para o grupo seguinte, das mulheres de 25 a 29 anos, onde, em 2060, 82 em cada mil mulheres deverão ser mães. A segunda maior fecundidade média, em 2060, deverá ocorrer entre as mulheres de 30 a 34 anos, passando dos atuais 65 filhos para 71 filhos a cada mil mulheres.
As mulheres de 40 a 44 anos e de 45 a 49 anos de idade terão os maiores aumentos na fecundidade média, na Bahia, embora, em 2060, a previsão é que ainda permaneçam com as taxas mais baixas: de 12 filhos a cada mil mulheres de 40 a 44 anos e 2 filhos tidos por cada mil mulheres de 45 a 49 anos.
A migração de saída é também um fator decisivo para a redução da população na Bahia. Ainda que se projete uma redução de 20,5% no volume de migrações entre os estados até 2060, a Bahia deverá manter o saldo migratório mais negativo do país. A partir de 2030, estima-se que, em média, 34.692 pessoas deverão deixar o estado por ano, frente a uma estimativa, em 2018, de saída anual de 43.613 pessoas.
Fonte: Acorda Cidade