O número de mortos nos incêndios na Grécia subiu para 82 nesta quinta-feira (26), ao mesmo tempo em que as equipes forenses realizavam a tarefa de identificação, e a imprensa grega buscava responsáveis.

Os bombeiros elevaram o número de mortes para 82, embora não tenham especificado se este novo balanço diz respeito a um novo corpo encontrado, ou a uma pessoa ferida que faleceu no hospital. Mais de 30 corpos ainda não foram identificados, segundo a rede pública ERT.

Os demais seguem sendo analisados nesta quinta-feira pelos legistas, que esperam concluir esta tarefa no sábado, por meio de exames de DNA, explicou à agência grega ANA o chefe da equipe forense de Atenas, Nikos Karakoukis.

Um dos forenses lembrou à agência que os incêndios tiveram um "impacto enorme, com muitos corpos queimados, o que dificultou o reconhecimento".

As famílias não puderam ver os corpos, enquanto um dos médicos reconheceu que, mesmo para os profissionais da saúde, "era difícil suportar".

Além do número de telefone oficial, uma página on-line, criada por programadores voluntários, mostrava nesta quinta-feira as imagens de 27 pessoas desaparecidas, embora não se saiba se algumas delas estão entre os corpos recuperados.

Nas fotografias aparecem os rostos de homens e mulheres, a maioria deles sorrindo e todos eles com nomes gregos. Entre eles, estão as imagens das meninas gêmeas Vassiliki e Sofia e de seus avós.

A busca desesperada do pai pelas duas garotas de 9 anos causou comoção na Grécia.

'Estamos bem'

O Ministério da Infraestrutura anunciou que cerca de metade das quase 2.500 casas vistoriadas está tão danificada que não é mais habitável, de acordo com estudos realizados na cidade afetada de Mati.

Nesta manhã, funcionários do Ministério caminharam pelas ruas desta cidade na costa leste de Attica, marcando as casas com "cores diferentes, dependendo de seu estado, e aquelas que podem ser reconstruídas", explicou Sia, um dos funcionários ministeriais.

Em várias portas, seus habitantes deixaram mensagens dizendo: "Estamos bem".

Em contrapartida, a viúva do cineasta Theo Angelopoulos relatou que os "arquivos pessoais" de seu marido foram queimados durante o incêndio que devastou a casa da família.

Associações locais têm ajudado os sobreviventes, fornecendo-lhes roupas, comida e alojamento nas localidades vizinhas.

Além disso, o governo grego anunciou na quarta-feira uma série de medidas de emergência para os afetados, que vão desde o pagamento de indenização pela perda de familiares e domicílios, até a isenção no pagamento de energia elétrica, ou o aumento de pontos para os exames de ingresso na universidade.

Um fundo especial também será criado para financiar a reconstrução dos edifícios destruídos, cujo orçamento inicial será de 40 milhões de euros (46 milhões de dólares) oferecidos pelo Estado grego, mas será aberto a outras doações, especialmente estrangeiras.

"O governo tenta absolver seus pecados, anunciando um pacote pré-eleitoral", comentou nesta quinta o jornal centrista "Ta Nea", crítico ao governo de Alexis Tsipras.

"Uma tentativa do governo de administrar politicamente sua inépcia", assegurou o jornal liberal "Kathimerini".

Já os partidos da oposição têm mantido certa discrição durante o período de luto nacional, que terminará nesta sexta-feira.

Fonte: Al país

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