O corpo de um homem foi encontrado, na tarde deste domingo (10), em uma área de mata na região da Praia Vermelha, na Urca, Zona Sul do Rio. Foi sétimo cadáver achado desde a manhã, dois dias após intensos confrontos entre policiais militares e traficantes que disputam o controle das comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira.

A troca de tiros na sexta-feira (8) levou ao fechamento, pela primeira vez na história devido a questões de segurança pública, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais cartões postais do Rio. A atração turística fica em um área militar.

6 corpos no mar

No início da manhã deste domingo, bombeiros encontraram outros seis homens no mar da Praia Vermelha. Eles foram levados para perícia e, até a última atualização desta reportagem, ainda não haviam tido a identidades reveladas.

Familiares que estavam no local admitiram que eles tinham ligação com o tráfico, mas acusam os policiais do Batalhão de Choque da PM de execução.

"O que acontece foi a polícia pegar nossa alegria, e matar, e jogar por aí como se fosse nada. Eles pegaram os meninos, renderam os meninos, mataram com um tiro na cabeça e jogaram lá de cima da pedra. Isso é uma coisa lamentável e abominável. A polícia do Rio fez uma chacina com nosso familiares", declarou a parente de um dos mortos.

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil está investigando o caso. Todos os mortos tinham marcas de tiro, de acordo com a perícia. Cinco deles estavam vestidos com roupas camufladas, próprias para serem usadas na mata, e ainda usavam coletes balísticos.

Dois mortos foram identificados pelos familiares: Daniel Duarte e Natan Isaac Sousa Santos, ambos de 27 anos. Os dois tinham passagem pela polícia por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa.

Parentes acham corpo

O corpo encontrado à tarde em uma área de mata foi, segundo parentes, o de Franklin Paes Miranda, de 29 anos, conhecido como Tinaia. Segundo os relatos dos familiares, o rapaz seria do Complexo da Maré, na Zona Norte, e teria sido chamado para reforçar uma facção na guerra pelo controle da venda de drogas nos morros do Leme – Babilônia e Chapéu Mangueira.

Os familiares disseram também que o procuravam desde sexta e que não o identificaram entre os seis corpos achados no mar. Iniciaram, então, por conta própria, uma busca pela região de floresta.

Após achar o cadáver, a família de Franklin iniciou a caminhada pela mata com o corpo, mas foi impedida de deixar o local por militares do Forte do Leme e orientados a esperar a chegada da perícia.

A Polícia Militar passou o dia no local. Homens da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Chapéu Mangueira/Babilônia acompanham a retirada dos corpos. O Corpo de Bombeiros atua com equipes do quartel do Humaitá e o Grupamento Marítimo de Botafogo e Copacabana.

Terror em área turística e militar

De acordo com policiais, na sexta-feira, ao se esconderem na mata que divide os bairros do Leme e da Urca, onde fica a Praia Vermelha, um grupo de criminosos entrou em confronto com policiais militares do Batalhão de Choque. O intenso tiroteio assustou moradores da Urca.

Turistas que estavam no Pão de Açúcar ficaram assustados. O ponto turístico nunca havia tido a operação interrompida por um tiroteio em mais de 100 anos de história. Um policial foi ferido nas pernas por estilhaços de granada.

De acordo com informações do G1 e da TV Globo, os tiroteios que assustam os bairros da Zona Sul pelo controle da venda de drogas no Morro da Babilônia são comandados por três traficantes de duas facções que deixaram a cadeia pela porta da frente: Léo Marrinha, Léo do Dique e Cara Preta

Segundo investigações da polícia, os criminosos se aproveitaram do regime semiaberto, deixaram o presídio durante do dia e nunca mais voltaram. Agora, chefiam a disputa que tem assustado moradores do Rio, segundo investigadores.


Fonte: G1

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