Pelo menos sete milhões de trabalhadores brasileiros estão com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atrasado. O benefício, garantido pela Constituição como forma do trabalhador constituir um patrimônio, não tem sido depositado por parte de diversas empresas, totalizando uma dívida ativa de R$ 27,8 bilhões no último mês de abril, cobrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A informação foi divulgada pelo portal Uol, que teve acesso aos dados do órgão.

A razão por trás do "calote" ao FGTS seriam as dificuldades financeiras das empresas, segundo especialistas ouvidos na reportagem. Quando os primeiros problemas surgem no âmbito das finanças, o Fundo de Garantia costuma a ser uma das primeiras dívidas a não serem pagas.

"Há uma maior lentidão na cobrança, pois o Fisco não é um cobrador tão eficiente quanto pode parecer", explicou ao Uol a advogada Adriana Pugliesi, especialista em Direito Comercial e professora do CEU Law School.

Apenas entre março e abril deste ano, o montante devido pelas empresas teria crescido 13,5%. Os 15 maiores devedores somam, sozinhos, pelo menos R$ 2,17 bilhões em passivos. Na lista também estão a massa falida de empresas famosas, como a Varig - com dívida de R$ 820 milhões - e a Vasp - com R$ 160 milhões em débito, empresas aéreas que lideram a lista de devedores.

Confira abaixo a relação completa dos 15 maiores devedores de FGTS no Brasil, segundo dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional obtidos pelo portal:

1. S.A. Viação Aérea Rio-Grandense (massa falida): R$ 820 milhões

2. Viação Aérea São Paulo S.A - Vasp (massa falida): R$ 160 milhões

3. Associação Sociedade Brasileira de Instrução (Universidade Cândido Mendes): R$ 132 milhões

4. Sociedade Universitária Gama Filho: R$ 130 milhões

5. TV Manchete LTDA: R$ 107 milhões

6. Vale S.A: R$ 105 milhões

7. Laginha Agro Industrial S.A: R$ 103 milhões

8. Eletropaulo S.A: R$ 91 milhões

9. Associação Educacional São Paulo Apóstolo (Assespa): R$ 89 milhões

10. Smar Equipamentos Industriais Ltda. (massa falida): R$ 80 milhões

11. Associação de Ensino Superior de Nova Iguaçu: R$ 79 milhões

12. Zihuatanejo do Brasil Açúcar e Álcool S.A (em recuperação judicial): R$ 75 milhões

13. Teka Tecelagem (em recuperação judicial): R$ 74 milhões

14. Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura: R$ 65 milhões

15. Usina Pumaty S.A (em recuperação judicial): R$ 62 milhões

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