Subiu para 63 o número de mortos na repressão do governo às manifestações estudantis e da oposição iniciadas há cerca de 10 dias na Nicarágua. O balanço é de três entidades de direitos humanos do país centro-americano e também aponta pelo menos 15 desaparecidos.
A Comissão Permanente de Direitos Humanos (CPDH) contabilizou 39 vítimas apenas na capital Manágua, enquanto o Centro Nicaraguense para os Direitos Humanos (Cenidh) e a Associação Nicaraguense para os Direitos Humanos (ANPDH) somaram mais 24 mortos no restante do país, totalizando 63 pessoas, incluindo dois policiais e um jornalista.
Os confrontos começaram no último dia 18 de abril, por causa de uma reforma previdenciária apresentada pelo presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro sandinista que governa a Nicarágua desde 2007. Pressionado, o governo retirou o projeto, que previa cortes em aposentadorias e o aumento das contribuições das empresas.
No entanto, a violenta repressão manteve a mobilização popular, que deve ganhar corpo com uma marcha convocada pela conferência episcopal local para este sábado (28). A Igreja Católica nicaraguense se ofereceu para mediar os diálogos entre governo e oposição, mas, até agora, não houve avanços.
"Se a Igreja não encontrar boa fé nas partes, então nos retiraremos como mediadores", afirmou o bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez. O próprio papa Francisco chegou a pedir publicamente o fim do "derramamento de sangue" na Nicarágua. Com informações da Ansa.
O Ministério Público anunciou que pretende investigar as mortes de manifestantes durante os protestos, mas o governo ainda não forneceu sequer uma lista oficial de vítimas.
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