Uma reforma feita em 2014 na casa da filha de Temer, Maristela Temer, pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima, está na mira dos investigadores da Polícia Federal (PF). A suspeita é de que as obras tenham sido pagas com dinheiro de propina da JBS. As informações são da Folha de S. Paulo.

A suspeita veio à tona durante a Operação Skala, deflagrada no último dia 29, que prendeu amigos de Temer, entre eles, o próprio coronel Lima, além do empresário e advogado José Yunes, e do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB).

As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.

O imóvel em questão está localizado no bairro Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e conta com 350 metros quadrados. Apontada por um dos fornecedores da obra como sendo a responsável por pagar a ele R$ 100 mil em espécie, Maria Rita foi intimada pelo ministro Barroso, durante a operação.

De acordo com a Folha de S. Paulo, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos, uma das empresas que entregaram material na residência de Maristela, Maria Rita era quem levava, pessoalmente, o dinheiro na loja.

“Foi Maria Rita Fratezi quem fez os pagamentos, em espécie, em parcelas. Os pagamentos foram feitos dentro da loja. Ela vinha fazer o pagamento. Se estava dentro de um envelope, dentro de uma bolsa, não sei te confirmar”, afirmou Cosulich.

A arquiteta é dona, junto com o marido, da PDA Projeção e Direção Arquitetônico, empresa que teria feito a reforma, avaliada em cerca de R$ 1 milhão pela PF.

A assessoria do presidente Michel Temer (MDB) informou que os questionamentos sobre a reforma seriam respondidos pela defesa de sua filha Maristela. O advogado dela, Fernando Castelo Branco, disse, no entanto, que sua cliente dará esclarecimentos a respeito do assunto somente à Polícia Federal, caso ela seja chamada para prestar depoimento.

Já o advogado Cristiano Benzota, que defende o coronel Lima e sua mulher, Maria Rita Fratezi, afirmou que eles não cometeram nenhuma irregularidade e não respondeu aos questionamentos.

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