O prédio da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi alvo de protesto na tarde desta sexta-feira (6) por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com bandeiras e vestindo vermelho, o grupo que é contra a prisão do ex-presidente Lula atirou bombas de tinta e fez pichações nos muros e calçadas do edifício.

A diretora do MST Miriam Muniz disse que o grupo não vai “dar descanso” para essa “corja”. “Vimos essa semana que o Supremo é tão golpista quanto o Temer”, disse. O MST publicou vídeo e fotos da “intervenção” no prédio da ministra. Eles picharam no chão “Cármen golpista” e jogaram tinta vermelha na fachada do prédio. No prédio do Ministério Público Estadual, o grupo pichou "Moro, juiz dos ricos". Imagens do ataque também foram publicadas nas redes sociais do PT.

Eles também estenderam um banner com uma foto do presidente Michel Temer, da ministra Carmén Lúcia e a frase “Com o Supremo, com tudo”. Os dizeres fazem referência à gravação do senador Romero Jucá de que o impeachment de Dilma Rousseff seria parte de um “pacto entre instituições” para interromper a Operação Lava-Jato.

A ministra, que mora em Brasília, não estava no prédio. As pichações atingiram até terceiro andar do edifício, não atingindo o apartamento da magistrada, que fica no último pavimento. Segundo morador, Gustavo Miranda, ela raramente fica no prédio e, sempre que está em casa, mantém postura reservada.


Ele conta que o ataque foi feito por cerca de 10 a 15 pessoas, que chegaram em três ônibus. “Eles vieram fazer vandalismo com o patrimônio de quem não tem nada a ver com a ministra. Foi um ato covarde e estúpido”, disse. É a primeira vez que ocorre algum tipo de ameaça no local e, assustados, moradores evitam falar com a imprensa. A Polícia Civil fez perícia do local e recolheu as imagens das câmeras dos edifícios.

O delegado da Polícia Civil José Luiz Quintão, que investiga o caso, afirma que os envolvidos serão denunciados por diversos crimes. “Ocorreu pichação, mas também diante do fato de ser contra uma ministra, é um atentado à democracia. Como também houve dano ao prédio da Procuradoria, há também dano ao patrimônio público”, afirmou.

A ministra Cármen Lúcia deu o voto de minerva que permitiu a prisão do ex-presidente Lula, quando o julgamento do habeas corpus estava empatado em cinco a cinco. Também foi dela a decisão de não pautar duas ações declaratórias de constitucionalidade que poderiam mudar o entendimento do Supremo sobre a prisão em segunda instância. Ao justificar o voto, Cármen Lúcia disse que "entendimento da presunção de inocência não pode levar à impunidade" e que "não há ruptura ao princípio quando exaurida a fase de provas".

Fonte: Em.com

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