O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva soube da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de conceder uma liminar impedindo sua prisão até o dia 4 durante um ato na noite desta quinta-feira (22), na cidade de Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul.
Às 19h15, um assessor lhe entregou o seu próprio celular. Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff leram a notícia juntos.
Pouco antes, os ministros do Supremo tinham decidido adiar para o dia 4 de abril a discussão sobre o habeas corpus pedido pela defesa do petista.
Atendendo a um pedido da defesa, seis dos 11 ministros votaram também por conceder uma liminar proibindo a sua prisão até essa data, sob o argumento de que o ex-presidente não poderia ser prejudicado por um atraso no julgamento que não aconteceu por culpa dele.
Com gestos, o ex-presidente queixou-se da dificuldade de enxergar o texto, chamando o vice-presidente do PT Márcio Macedo para que lesse a notícia.
Numa rodinha, Lula, Dilma e Macedo conversaram. Até que o anfitrião do ato e coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), João Pedro Stedile, arrancasse o celular de sua mão.
Naquele momento, os participantes do ato tinham apenas informações incompletas. Pouco depois, Dilma assumiu o microfone para discursar.
Um assessor subiu ao palco e conversou com o ex-presidente. Lula ouviu depoimentos de simpatizantes que foram beneficiados com programas sociais em um ato sobre agricultura familiar.
No discurso, Lula disse esperar que os ministros do STF se debrucem sobre o mérito de seu processo. O ex-presidente repetiu que não está acima da lei.
"Eu quero apenas a lei e a justiça", afirmou.
E demonstrou satisfação após saber da decisão: "Pense num cabra animado".
Na próxima segunda (26) o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) julgará os últimos recursos de Lula naquela instância.
A partir dali, rejeitados os recursos, pela praxe do TRF-4, a prisão poderia ser decretada -a liminar, porém, agora impede que ele seja detido nas próximas duas semanas.
Lula está no Rio Grande do Sul em sua caravana pela região Sul. Ele tem enfrentado protestos diários nas cidades do interior gaúcho.
Com informações da Folhapress