"Em 16 dias, estarei longe, na Suíça, fazendo o que me deixará livre da dor e do medo". Com a postagem, publicada nas redes sociais, há três dias, a matogrossense Letícia Franco, de 36 anos, anuncia que decidiu ser submetida à morte assistida. A oftalmologista de Cuiabá avisou ainda que, dois dias depois, neste sábado (3), apagaria a própria conta no Facebook.
"A toda minha família, deixo meu mais sincero amor”, escreveu ela. A médica sofre de dermatopolimiosite, desde 2011. A doença autoimune causa uma inflamação crônica na musculatura. Dentre os sintomas que afligem Franco, "dores pelo corpo e nos músculos, febre baixa, desânimo e dificuldade para se movimentar".
Conforme familiares de Letícia contaram ao jornal Livre, a médica teve o diagnóstico confirmado por uma equipe médica da Universidade de São Paulo (USP). A mãe da matogrossense, que também é médica e não quis identificar-se, informou que a filha precisa ser acompanhada por duas pessoas da família para fazer a morte assistida: "mas que mãe acompanha a própria filha para a morte?", perguntou ao jornal do Mato Grosso.
A condição é considerada rara e, como aponta a Sociedade Brasileira de Reumatologia, citada pelo jornal Metrópoles, de 2 a 10 pacientes são diagnosticadas com dermatopolimiosite por ano, em uma população de um milhão de pessoas. Como no Brasil a eutanásia é proibida, a oftalmologista irá para a Suíça. Outros países da Europa, como Holanda, Bélgica e Alemanha permitem a morte assistida - assim como alguns estados do Canadá e dos Estados Unidos.
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