Mais de 86 mil estrangeiros que solicitaram refúgio no Brasil esperam resposta do governo. O número de pedidos cresceu em 2017 com o recebimento de mais 33 mil solicitações de refúgio, número três vezes maior que os 10 mil pedidos registrados em 2010.  De acordo com o G1, é o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) que valia essa demanda. 

O órgão conta com 14 funcionários para processar os pedidos, e, das 33 mil solicitações recebidas em 2017 só conseguiu analisar 1,1 mil pedidos. Segundo o coordenador do Conare, Bernardo Laferté, os solicitantes têm aguardado, em média, 2 anos para ter seu pedido aprovado ou negado e o prazo aumentou ainda mais com o crescimento da demanda. “Mesmo dobrando a nossa força de trabalho, o número é tão grande que a gente não consegue dar vazão a ele”, afirmou Laferté. 


No momento em que entram com o pedido de refúgio, os solicitantes recebem um protocolo provisório e, com ele, podem ter acesso a todos os direitos básicos, como os sistemas públicos de saúde e educação, e a obtenção de uma carteira de trabalho. Apesar de longa, é impossível prever o quanto tempo a Conare levaria para zerar a fila de espera. "Todo o cenário é imprevisível. Houve um aumento considerável de solicitação de refúgio por venezuelanos. Não tem como prever o movimento migratório”, diz Laferté. 

Segundo ele, muitos pedidos também são extintos por já que diversos refugiados regularizam a residência no país por outros motivos, como casando-se com um cidadão brasileiro, tendo um filho no país ou conseguindo um emprego. Atualmente grande parte dos pedidos é de venezuelanos (17,8 mil), seguido de cubanos (2,3 mil), haitianos (2,3 mil), angolanos (2 mil) e chineses (1,4 mil).

Agência Brasil

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