Os cubanos iniciaram neste domingo (11) o caminho que levará ao fim do domínio de quase 60 anos do castrismo no país, primeiro com Fidel e agora com Raúl.
Cuba elegerá os 605 membros de sua Assembleia Nacional, que, em 19 de abril, definirá o próximo presidente da nação. O processo não terá surpresas, já que o número de candidatos é igual ao de vagas no Parlamento, mas ganha relevo histórico por ser o primeiro passo para a sucessão de Raúl Castro.
O presidente votou logo pela manhã, no município de Segundo Frente, em uma região montanhosa no leste do país - o nome da cidade é inspirado na guerra de guerrilhas que o mandatário encabeçara ao lado de Fidel (1926-2016), responsável pela queda do regime de Fulgencio Batista, em 1959.
Raúl é candidato a deputado, mas garante que não continuará no cargo de presidente. No dia 19 de abril, a Assembleia Nacional escolherá um de seus membros para governar o país latino. O mais cotado é o vice-presidente Miguel Díaz Canel, 57 anos, nascido depois da Revolução Cubana.
"As eleições são um exemplo de civismo patriótico e revolucionário e de lealdade a nosso modelo", declarou o chanceler Bruno Rodríguez. Mais de 8 milhões de eleitores podem votar, e os candidatos foram aprovados por uma comissão supervisionada pelo Partido Comunista de Cuba (PCC).
Aos 86 anos, Raúl governa o país desde 2008, após ter comandado o aparato repressivo de Fidel. Díaz Canel, seu provável substituto, cresceu centro do PCC, mas não faz parte dos quadros históricos do partido, embora empunhe a bandeira da continuidade. Se assumir a Presidência, é provável que seu poder dependa mais de seu desempenho pessoal do que de sua própria figura, ao contrário dos Castro.
Com informações da ANSA