O jornalista William Waack, ex-âncora do Jornal da Globo, falou pela primeira vez sobre a sua demissão na emissora. Ele foi desligado do canal em dezembro, após ser acusado de fazer comentários racistas.



Em artigo publicado neste domingo (14) no jornal Folha de S. Paulo, Waack afirma categoricamente que não é racista. “Aquilo foi uma piada idiota… dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão”, escreveu.


O apresentador diz ainda que, durante toda a vida, sempre combateu a intolerância, incluindo, aí, o racismo. “Minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso”, completa. Ele cita uma frase da jornalista Glória Maria, que, segundo ele, “foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: ‘Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português.'”


O vídeo que provocou a demissão de Waack foi divulgado na internet em novembro do ano passado. A filmagem foi feita antes de uma entrevista com Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, em um estúdio em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos.


“Tá buzinando por quê, seu m. do cacete? Não vou nem falar porque eu sei quem é.” Na sequência, Waack olha para o convidado e diz, em tom baixo: “É preto. É coisa de preto.”


Após o comentário, o convidado ri, constrangido.


Logo depois da repercussão, ele foi afastado do cargo e, um mês depois, demitido. Na época, a emissora divulgou a seguinte nota: “A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante.”


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