Um bebê de 8 meses, ferido durante um atropelamento na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, na noite desta quinta-feira, não resistiu e morreu na UPA do bairro. A menina, de nome Maria Louise, é uma das 17 vítimas do acidente, ocorrido na Avenida Atlântica.



Por volta das 20h30m, um carro desgovernado subiu o calçadão, atravessou a ciclovia e invadiu a areia da praia. O atropelamento aconteceu numa noite de intenso calor, quando a orla ainda estava cheia, e provocou pânico e desespero. Diante da cena de pessoas caídas, algumas gravemente feridas, moradores do bairro, banhistas e turistas que estavam nas imediações correram para socorrer as vítimas.



Daria Iasmar, de 40 anos, fez um relato dramático sobre sua tentativa de salvar a vida de Maria Louise. Ela disse ter recebido a criança de oito meses, desacordada, dos braços da avó e a levou, junto com guardas municipais, para a UPA de Copacabana. O bebê morreu após tentativas de ressuscitação.



— Primeiro, encontrei a mãe que parecia estar com a perna quebrada repetindo “meu bebê, meu bebê”. Perguntei se ela estava grávida, mas ela disse que não. De repente, a avó chegou com a criança desmaiada. Peguei no colo e segui para a UPA num carro da Guarda. Depois de 50 minutos de tentativas de ressuscitá-lo, ele não suportou. Muito triste — contou Daria, chorando.


Das 17 vítimas, nove foram levadas para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, e outras sete para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Os feridos foram levados para os hospitais Miguel Couto, na Gávea, e Souza Aguiar, no Centro. O motorista, Antônio de Almeida Anaquim, de 41 anos, alegou ter sofrido um ataque epilético.



A grande confusão que se formou na altura da Rua Figueiredo de Magalhães levou o Centro de Operações da prefeitura a interditar as duas pistas da Avenida Atlântica. Policias militares atuaram junto com bombeiros e guardas municipais. Mesmo com a ajuda de voluntários, uma hora depois do atropelamento ainda havia feridos em todo o trecho da praia. Duas ambulâncias foram mobilizadas, mas houve queixas de demora no socorro.


Sérgio Serpa e Patrícia Fonseca disseram que, na hora do acidente, estavam na praia com o filho de 8 anos. A mãe da criança comparou a situação a um pesadelo:


— Do nada, o carro invadiu a areia. Eu me desesperei e caí. Por pouco, não fui atingida. Graças a Deus, não aconteceu nada com meu filho — disse Patrícia, acrescentando que o marido foi atropelado e teve escoriações.



Segundo a Polícia Militar, o motorista alegou ter sofrido um ataque epilético ao volante.


A promotora de vendas Cristiane Lima, de 45 anos, também estava na orla no momento em que o carro perdeu o controle. Ela contou que muitas crianças que passeavam no calçadão.


— Eu estava a 10 metros do local do acidente. O impacto foi muito grande. O carro veio do nada e pegou muitas crianças que estavam na orla. Quase pegou o quiosque que fica na orla. Tinham muitas crianças gritando e chorando. Foi desesperador — disse Cristiane.


Policiais evitaram que o motorista fosse linchado. Ele seria professor de informática e morador do Leblon. Segundo o comandante do 19º BPM (Copacabana), coronel Murilo Sérgio Angelotti, e o delegado Gabriel Ferrando, da 12ª DP, Antônio alegou ter sofrido um ataque epilético.


Dentro do carro, havia uma caixa de remédio para convulsões. No IML, o motorista seria submetido a testes de alcoolemia. Há dois anos, Antônio se envolveu em outro acidente: ele pilotava uma moto que bateu na traseira de uma van, no Leblon.


Agência O Globo

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