O pai de um bebê que nasceu morto e que desapareceu nesta segunda-feira (6), dentro do Hospital Pasteur (RJ), acredita que o filho foi vendido para pesquisas médicas, sem autorização da família. O velório e o sepultamento chegaram a ser marcados para terça, mas o corpo sumiu.



'Cheguei por volta de 9h e, depois que pedi pelo meu filho, percebi uma movimentação estranha no hospital. Os funcionários andavam de um lado para o outro, não passavam informação. Fiquei mais de uma hora esperando até que a direção do hospital veio e me disse que não sabia onde estava o corpo do Kevin. Disseram que podia ter sido jogado fora ou levado por engano por outra funerária. Simplesmente não acreditei que isso pudesse ser possível', contou Wanderson Nunes.


O pai contou ao jornal Extra que, ainda na segunda-feira, sua esposa pediu para ver o corpo do bebê uma última vez, para se despedir. A médica teria negado o pedido e desencorajado o encontro.


"A doutora ficou falando que não era uma boa ideia, que não ia fazer bem a ela. Eu estranhei, mas concordei. Também não achava que seria bom. Tudo já é doloroso demais. Mas, hoje, sabendo de tudo, acho que o corpo do meu filho foi vendido para estudo. Já ouvi histórias de coisas assim. Dizem que isso dá muito dinheiro. Acho que podem ter feito isso com o meu filho. Também comecei a achar que possa ter acontecido algum erro médico. Saí do hospital e meu filho estava bem. Quando voltei, o coração dele não batia mais e ninguém sabe explicar nada", lamentou Wanderson.


O hospital teria lamentado o ocorrido em nota, mas sem assinatura. Wanderson registrou o crime nesta terça, na 26ª DP (Méier).


"Me entregaram um papel com desculpas, mas ninguém assina. Ninguém é culpado. Eu quero que esse hospital e todos os envolvidos paguem. Espero que, no mínimo, as pessoas deixem de vir aqui. Eles foram e continuam sendo negligentes. Quero que tenham todo prejuízo do mundo, mesmo que nada disso traga meu filho de volta. O Kevin não vai voltar, mas eles precisam pagar pelo sofrimento que estão fazendo a gente passar", contou.


Em comunicado, o Hospital Pasteur lamentou o fato e disse ter instaurado uma sindicância interna para investigar o caso.


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