O presidente Michel Temer (PMDB) tem negociado com parlamentares para barrarem a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele. De acordo com o jornal O Globo, as negociações envolveram pelo menos R$ 12 bilhões, além de cargos e troca de favores de valor inestimável, como a mudança no combate ao trabalho escravo. A publicação revela que só de emendas parlamentares pagas desde o início de setembro foram R$ 881 milhões.



Segundo aliados, o Planalto fez nomeações para os cerca de 20 cargos que estavam represados desde a primeira denúncia. No entanto, o governo abriu mão de bilhões ao atender a pedidos, desistindo de privatizações e ampliando benesses a devedores na nova Medida Provisória do Refis e ainda com o decreto que reduz multas de crimes ambientais.


A publicação destaca que o governo já perdeu R$ 2,4 bilhões com as concessões feitas no âmbito do Refis (programa de refinanciamento de dívidas junto à União), porque a arrecadação esperada era de R$ 13,3 bilhões e agora está em R$ 10,9 bilhões.


A votação da denúcia está prevista para quarta-feira (25) e Temer assinou nessa segunda (23) um decreto que dá descontos de até 60% em multas ambientais ainda não pagas, que serão convertidas em prestação de serviços na área ambiental. A perda de receita chegará até R$ 2,76 bilhões. A bancada ruralista, a maior do Congresso, comemorou o novo aceno, depois de já ter conseguido mudar as regras sobre trabalho escravo. O governo argumentou que a medida vai destravar cerca de R$ 1,2 bilhão represado, que será aplicado na compensação ambiental.

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