O sinal analógico de TV será desligado nesta quarta-feira, 27, em Salvador e em outras 19 cidades do estado. O desligamento foi confirmado após pesquisa do Ibope Inteligência, divulgada pelo Grupo de Implantação do Processo de Distribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), mostrar que as cidades atingiram o percentual mínimo de 90% de cobertura do sinal digital nas cidades.



O levantamento feito em Salvador entre os dias 13 e 23 de setembro apontou que 93% das residências já contam com acesso ao sinal digital na cidade. Outros 19 municípios da Bahia terão a transmissão analógica interrompida a partir de hoje: Aratuípe, Cairu, Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Jaguaripe, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Maragojipe, Nazaré, Salinas da Margarida, Santo Amaro, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Saubara, Simões Filho, Terra Nova e Vera Cruz.


A partir do desligamento do sinal analógico, a programação das emissoras fica disponível somente no formato digital, mas os canais abertos devem apresentar na tela, durante 30 dias, cartelas informativas ao telespectador sobre a mudança.


O sistema digital permite à população receber uma programação com melhor qualidade de imagem e som, sem interferências, como chuviscos ou fantasmas. As vantagens do sinal digital incluem ainda a possibilidade de assistir TV em dispositivos móveis; a multiprogramação, que comporta a transmissão de diferentes programações em um mesmo canal; e a possibilidade de interatividade por meio do Ginga, o middleware nacional para a troca de dados diretamente pelo televisor.



Comércio


O desligamento do sinal analógico já movimenta, ainda que timidamente, negócios de, pelo menos, dois segmentos econômicos na região: a venda de televisores já adaptados para o sinal digital e a comercialização de pacotes de telefonia e planos de dados com a tecnologia 4G, que permite uma conexão móvel à internet mais rápida e estável. “Houve um aumento do movimento nesse sentido no último mês, ainda que de forma tímida diante da desconfiança do consumidor em comprometer a renda com créditos”, explica o presidente do Sindicato dos Lojistas, Paulo Mota.


Segundo ele, o aumento das vendas de televisores foi gerada por pequena parcela de consumidores que ainda tinham, em algum ambiente da casa, aparelhos analógicos – geralmente, na cozinha, dependências de empregados ou mesmo na casa de praia. “Tem aqueles que não se enquadravam nas faixas previstas pelo governo para ter direito ao conversor gratuitamente e aqueles que aproveitaram mesmo a oportunidade para comprar um equipamento mais moderno, ainda que menor”.


Mota, que prefere não estimar, qual a variação percentual das vendas, acredita que as vendas só não foram mais significativas “por conta da desconfiança que ainda persiste no consumidor quanto a se comprometer com parcelas de financiamento da compra de um bem durável”, como frisa. “O varejo ainda trabalha com resultados contingenciados, mas, até por isso, não perde oportunidades”, diz.


No caso das vendas de pacotes de dados pelas empresas de telefonia móvel, a questão está ligada a liberação da faixa de frequência de 700 MHz até então ocupada para transmissão do sinal analógico pelas emissoras de TV. Agora, a faixa será usada para expandir o serviço de telefonia e internet 4G no Brasil (desde 2013, o 4G opera no país na frequência de 2,5 GHz).


“Agora, a qualidade será melhor nas residências e regiões periféricas”, como explicou à imprensa o presidente da entidade Seja Digital, Antônio Carlos Martelletto. A Seja Digital é responsável pela migração da TV no Brasil. Resultado: as empresas de telefonia não perderam tempo e passaram a enfatizar a vantagem para os consumidores nas ofertas de planos e aparelhos 4G.


Fonte: A Tarde

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