Escolhida para abrir a caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste, Salvador deverá ser palco, na tarde desta quinta-feira, 17, do start extraoficial da campanha presidencial de 2018.
Único candidato colocado no pleito eleitoral, o cacique petista vive, porém, uma indefinição sobre sua participação na disputa, já que, para concorrer, precisa que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) não confirme a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão, expedida pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá, investigado pela Operação Lava Jato.
Em entrevista exclusiva para A Tarde, Lula nega que a peregrinação política pelo seu principal reduto eleitoral faça parte de uma estratégia de construção de candidatura.
Na tarde desta quinta, entretanto, ele embarcará na estação de metrô de Pituaçu rumo ao Campo da Pólvora, onde será recepcionado por movimentos sociais, e, de lá, seguirá nos fundos de uma caminhonete até a Arena Fonte Nova, numa tentativa de emular os dias de auge do seu projeto político.
No estádio, o ex-presidente participará do lançamento do livro O caso Lula – A luta pela afirmação dos direitos fundamentais no Brasil, assinado por juristas contrários à Lava Jato, além de assistir a um ato ecumênico e receber oficialmente o convite para o Fórum Social Mundial, que acontecerá em 2018 na capital baiana.
A expectativa, no entanto, é pelo discurso que ele deverá entoar em uma área de eventos da Arena, com capacidade para 2 mil pessoas. Aberto ao público, o ato político poderá provocar a ampliação do espaço, o que é permitido pela administração e já está nos planos da organização, conforme A Tarde apurou.
Apesar disso, o Instituto Lula tem se preocupado, segundo fontes ouvidas pela reportagem, com uma possível caracterização das ações da caravana do ex-presidente como “propaganda eleitoral antecipada”. Por isso a escolha da área, concedida à iniciativa privada.
Linha política
O momento definirá, também, a linha que deve ser adotada pelo petista na pré-campanha. São esperadas, ainda, respostas a recentes declarações e movimentações de adversários em potencial na corrida pelo Palácio do Planalto, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria Jr., ambos do PSDB, que externaram o desejo de enfrentar “o mito” Lula nas urnas para derrotá-lo.
Figuras-chave do petismo baiano, como o ex-ministro Jaques Wagner e o governador do estado, Rui Costa, acompanharão o ex-presidente. Os três devem, de acordo com fonte do PT, almoçar ou jantar juntos, para tratar de política, já que a não candidatura de Lula poderá ter impactos na disputa pelo governo estadual.
Só depois, sexta de manhã, o líder petista segue de ônibus para o próximo destino. Ainda na Bahia, ele visitará São Francisco do Conder, na Região Metropolitana de Salvador, e, em seguida, Cruz das Almas, onde receberá o título de Doutor Honoris Causa na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). No dia 19, o destino é Feira de Santana, um dos principais redutos do DEM no estado, com a gestão do prefeito José Ronaldo.
Até o dia 5 de setembro, a caravana do ex-presidente ainda passará por mais 22 municípios dos outros oito estados nordestinos: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, neste ordem. O percurso somará 4 mil quilômetros e, nesse período, Lula terá a presença fixa apenas de Marcio Macedo, vice-presidente nacional do PT e organizador da caravana.
A Tarde
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